quarta-feira, 25 de junho de 2014

Zedoária

 
Nomes populares: açafroa, açafrão-da-índia, açafroeira, açafrão-da-terra, zedoária, batatinha-amarela, gengibre-de-dourar, gengibre-dourado, gengibre amarelo, mangarataia.

Nome Científico: Curcuma zedoaria (Christm.) Roscoe

Familia Botânica: Zinziberaceae

Origem ou Habitat: Índia, trazida para o Brasil pelos colonizadores.

Características botânicas: Planta herbácea, perene, medindo de 1,3 a 1,5m de altura.
Folhas inteiras, oblongo-lanceoladas, com 50 a 80cm de comprimento, com nervuras secundárias púrpuras ao longo da nervura mediana.
Inflorescência cilíndrica, crescendo a partir do rizoma antes das folhas. As flores são amareladas e as brácteas esverdeadas com as pontas cor-de-rosa. O florescimento ocorre de outubro a novembro.
O rizoma principal é cônico, tuberoso, medindo cerca de 5 cm de comprimento, emitindo outros rizomas secundários que, por sua vez, originam estruturas de reserva de formato piriforme, que posteriormente dão origem a outras plantas.

Clima e solo: Cresce espontaneamente em altitudes das regiões tropicais, onde o clima é temperado e úmido. Prefere solos areno-argilosos, bem drenados e soltos.
O plantio deve ser em outubro e a colheita dos rizomas após 8 meses do cultivo, em julho ou agosto, quando o vegetal perde a parte aérea.

Partes usadas: Rizomas
Composição química:
Óleo essencial (1 a 1,5%) composto principalmente de a-pineno D-canfeno, 1,8-cineol, D-cânfora, D-borneol, álcool sesquiterpênico, zingibereno, dimetoxicurcumina, bisdimetoxicurcumina, curcolonol, guaidiol, elemano, cadinano, eudesmano, guaiano, curcumina, zedoarona, curzerenona, etil-p-metoxicinamato, espirolactonas (curcumanolídeo A e B); sesquiterpenos; pigmento azul; amido, resina, vitaminas B1, B2, B6; sais minerais, etc.

Ações farmacológicas: 
- Digestiva e Eupéptica: Estimulante das funções hepáticas (fígado), digestivas e intestinais, é carminativa (reduz gases intestinais) e muito eficaz no tratamento de mau hálito de origem gástrica.
 - Colagogo e coletérico: Facilitam a transferência de bílis da vesícula biliar para o duodeno, suprimindo o espasmo da vesícula, aliviando a dor e facilitando a digestão das gorduras A planta age especificamente sobre o trato gastrointestinal. Inibe a secreção dos ácidos estomacais e promove a secreção biliar. Indicada na prevenção e tratamento de úlceras gastroduodenais, iitíase biliar (cálculos na vesícula) e colesterol.
- Rubefaciente: (calor e vermelhidão). Promove uma dilatação no sistema venoso, estimulando o aumento de circulação  sanguínea  tópica, propiciando a remoção do acúmulo de toxinas e resíduos dissolvidos, permitindo a desobstrução dos canais linfáticos (drenagem  linfática  tópica) e a conseqüente reorganização do tecido conjuntivo desordenado (por nódulos celulíticos). Sua ação rubefasciante sobre vasos e tecidos é útil nas bronquites e tosses catarrais.
- Antifúngica: O extrato etanólico (principal princípio ativo-ácido éster etílico p-metoxicinamico) é um fungicida potente portanto inibe a produção ou destrói os
Fungos. Foram isolados 3 compostos no extrato alcoólico com atividade antibiótica contra no Trichophyton rubrum (fungo responsável por infecções dos tecidos queratinizados -pele e unhas, raramente afeta o cabelo).
- Anti-inflamatória: Infecções urinárias
- Analgésica: Para resfriados
- Carminativa: Reduz gases intestinais
- Antitumoral: Possui efeito contra carcinoma (câncer) do útero, cérvix (cólon do útero) e de pele.
- Antisséptica: Impede a produção de TXA2, responsável pela hiperemia da gengiva na piorréia alveolar.
Relato popular de uso de uma cápsula diária de zedoária pelo período de um ano curou uma pessoa da hepatite C.

A zedoária tem usos semelhante ao do gengibre.
Na Índia, o rizoma da zedoária é usado popularmente em perfumaria e como condimento.

Contra-indicações: O seu uso é contra-indicado para mulheres nos 3 primeiros meses de gestação e durante a amamentação. 
O rizoma e também o produto processado são fotossensíveis por isso deve-se evitar o uso externo com exposição solar.
A superdosagem pode provocar irritação da mucosa estomacal e úlceras. Evitar utilizar mais que 15 g diárias.

Posologia e modo de uso: 
Infusão: Colocar 1 colher de chá de fatias finas de rizomas e adicionar água fervente. Tomar em jejum e antes das principais refeições, como estomáquico.
Para os casos de afecções pulmonares (expectorante, tosse, bronquite) colocar 3 colheres de chá de rizomas fatiados em uma xícara de água fervente, depois de morno adicionar mel e tomar 1 colher de sopa 3 x ao dia.

O rizoma, ao ser cortado, apresenta uma coloração azulada. Após seco e moído dá origem a uma farinha aromática de cor creme.
Os rizomas devem se lavados, enxutos, fatiados e colocados para secar local ventilado e sem umidade. Conservar em vidros escuros, ao abrigo da luz solar.
Possui odor agradável que lembra a cânfora e o alecrim, o sabor é amargo, pungente, quente e canforáceo.

É uma planta cultivada também como ornamental.

Fotos da colheita de zedoária no horto da AFFESC em junho de 2014
 







Colheita da zedoária no horto da AFFESC em junho/2013