quinta-feira, 25 de outubro de 2018

DAMIANA

Nome Científico: Turnera diffusa  Willd.
Família botânica: Turneraceae
Sinonímias: Turnera aphrodisiaca Ward., 

Turnera diffusa var. aphrodisiaca (Ward.)Urb., 
Turnera humifusa (C. Presl) Endl. ex Walp., 
Turnera pringlei Rose.
Foto: Quinta das Plantas-
 Concap Base Norte



Nomes populares: Damiana, hierba de la pastora, hierba del venado, té de México, pastorcita, damiana da Califórnia, etc.
Origem ou Habitat: Turnera difusa é uma planta predominantemente de regiões áridas e semi-áridas, que se estende desde a Califórnia e México até América do Sul. Também é encontrada na Índia (Alcaraz-Meléndes et al., 1994 apud CAMARGO & VILEGAS, 2015).
Características botânicas: É um arbusto aromático perene, caracterizado por apresentar uma altura máxima de 2 m, folhas simples pecioladas e lanceoladas, com aproximadamente 2,5 cm de comprimento, coloração verde amarelada, apresentando na parte inferior nervuras saliente. Suas flores são pequenas, axilares, amarelas, que aparecem no final do verão e são seguidas por um fruto capitular, globoso e pequeno que contém numerosas sementes (ALONSO, 1998). 
Partes usadas: Folhas secas. 
Uso popular: No México e em Cuba, os índios usam o extrato aquoso de Turnera diffusa como expectorante, diurético, afrodisíaco e em outros tratamentos (Perez et al., 1984). O decoto de folhas de Turnera difusa também é usado para curar distúrbios digestivos (Krag, 1976; Ishikura, 1982). Na Bolívia, o extrato aquoso das folhas é usado no tratamento da blenorragia. O chá de Turnera ulmifolia, preparado usando-se a planta inteira, é indicado para mulheres em período pós-parto e para aquelas que apresentam amenorréia (Ayensu, 1978). Em Cuba, o extrato aquoso a quente das flores é utilizado para alívio das cólicas menstruais. Na Jamaica, o extrato aquoso das folhas é utilizado como antipirético e na Colômbia o decoto das folhas é usado como abortivo (apud CAMARGO & VILEGAS, 2015).
Composição química: Óleo essencial: alfa e beta pineno, p-cimeno, timol, 1,8-cineol; sesquiterpenos (a-copaeno, g-cadineno, calameno,); glicosídeo fenólico (arbutina), damianina (princípio amargo), taninos, b-sitosterol, glicosídeo cianogênico (tetrafilina B), clorofila, resinas, goma, amido, proteínas, alcalóides, etc. 
Ações farmacológicas: Diurética, anti-inflamatória, antibacteriana, tônica, antioxidante, expectorante. 
Interações medicamentosas: A damiana pode interferir com a absorção de ferro e outros minerais e também com medicação hipoglicemiante.
Efeitos adversos e/ou tóxicos: Altas doses pode provocar efeito purgante, taquicardia, insônia, irritabilidade das mucosas do aparelho urinário e tóxico para o aparelho respiratório. Há relato de um caso em que a ingestão de 200 g de extrato de damiana causou convulsões. Além disso, não se recomenda o emprego de damiana em casos de esofagite por refluxo, úlceras duodenais, enfermidade diverticular e colite ulcerosa.
Contra-indicações: Não é recomendado o emprego de damiana durante a gestação e lactação, nem em crianças pequenas, e pacientes com transtornos de ansiedade e insônia.
Posologia e modo de uso: Infusão: 2-4 g de folhas secas por xícara. Tomar até 3x ao dia.
Observações: Existem outras espécies, fotos abaixo: Turnera subulata Sm. e Turnera sidoides L. 

    
Esta matéria  foi copiada na íntegra, do Blog https://hortomedicinaldohu.ufsc.br/planta.php?id=321
Referências: ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.
AVELINO-FLORES, Maria del Carmen; Cruz-Lopez, Maria del Carmen; Jimenez-Montejo, Fabiola E.; Reyes-Leyva, Julio "Cytotoxic Activity of the Methanolic Extract of Turnera diffusa Willd on Breast Cancer Cells." From Journal of Medicinal Food (2015), 18(3), 299-305.https://scifinder.cas.org/ - Acesso 5 Maio 2015.
ELY E. S. Camargo; WAGNER Vilegas - Quality control of polar extracts from Turnera diffusa Willd. ex Schult., Turneraceae - Rev. bras. farmacogn. vol.20 no.2 Curitiba Apr./May 2010 – Acesso 4 Maio 2015.
http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/index.php?pag=buscar_mini.php - Acesso 4 Maio 2015.
https://sites.google.com/site/biodiversidadecatarinense/plantae/magnoliophyta/turneraceae - Acesso 4 Maio 2015.
SZEWCZYK, Katarzyna; Zidorn, Christian "Ethnobotany, phytochemistry, and bioactivity of the genus Turnera (Passifloraceae) with a focus on damiana-​ Turnera diffusa." From Journal of Ethnopharmacology (2014), 152(3), 424-443. https://scifinder.cas.org/ Acesso 5 Maio 2015.
WYK, Ben-Erik van & WINK Michael "MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD", Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.
WONG-PAZ, Jorge E.; Contreras-Esquivel, Juan C.; Rodriguez-Herrera, Raul; Carrillo-Inungaray, Maria L.; Lopez, Lluvia I.; Nevarez-Moorillon, Guadalupe V.; Aguilar, Cristobal N."Total phenolic content, in vitro antioxidant activity and chemical composition of plant extracts from semiarid Mexican region". From Asian Pacific Journal of Tropical Medicine (2015), 8(2), 104-111. https://scifinder.cas.org/ - Acesso 5 Maio 2015.
http://www.tropicos.org/Name/33100134?tab=synonyms - Acesso 4 Maio 2015.

AVELINO-FLORES, Maria del Carmen; Cruz-Lopez, Maria del Carmen; Jimenez-Montejo, Fabiola E.; Reyes-Leyva, Julio "Cytotoxic Activity of the Methanolic Extract of Turnera diffusa Willd on Breast Cancer Cells." From Journal of Medicinal Food (2015), 18(3), 299-305.https://scifinder.cas.org/ - Acesso 5 Maio 2015.
ELY E. S. Camargo; WAGNER Vilegas - Quality control of polar extracts from Turnera diffusa Willd. ex Schult., Turneraceae - Rev. bras. farmacogn. vol.20 no.2 Curitiba Apr./May 2010 – Acesso 4 Maio 2015.
http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/index.php?pag=buscar_mini.php - Acesso 4 Maio 2015.
https://sites.google.com/site/biodiversidadecatarinense/plantae/magnoliophyta/turneraceae - Acesso 4 Maio 2015.
SZEWCZYK, Katarzyna; Zidorn, Christian "Ethnobotany, phytochemistry, and bioactivity of the genus Turnera (Passifloraceae) with a focus on damiana-​ Turnera diffusa." From Journal of Ethnopharmacology (2014), 152(3), 424-443. https://scifinder.cas.org/ Acesso 5 Maio 2015.
WYK, Ben-Erik van & WINK Michael "MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD", Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.
WONG-PAZ, Jorge E.; Contreras-Esquivel, Juan C.; Rodriguez-Herrera, Raul; Carrillo-Inungaray, Maria L.; Lopez, Lluvia I.; Nevarez-Moorillon, Guadalupe V.; Aguilar, Cristobal N."Total phenolic content, in vitro antioxidant activity and chemical composition of plant extracts from semiarid Mexican region". From Asian Pacific Journal of Tropical Medicine (2015), 8(2), 104-111. https://scifinder.cas.org/ - Acesso 5 Maio 2015.
http://www.tropicos.org/Name/33100134?tab=synonyms - Acesso 4 Maio 2015.



segunda-feira, 27 de junho de 2016

Oficina de Vinhos Medicinais

“O bom vinho alegra o coração dos Homens”  Sagrada Escritura

     A Videira é uma planta trepadeira da família das Vitaceae que agrupa cerca de 600 espécies. A partir das suas frutas, as uvas, se produzem os vinhos. Os romanos denominavam "Vitis" a vinha, ou seja, vida, porque “o vinho restaura os espíritos vitais dissipados e conforta, repara, aumenta e fortalece o calor natural considerado como principal instrumento da vida”.
     As mais antigas vinhas cultivadas no mundo foram encontradas na Geórgia, na região do Cáucaso, e datam da Idade da Pedra. Cientistas acreditam que esses são os primeiros indícios de viticultura, ou seja, de um plantio organizado feito pelo homem. Acredita-se que os vinhos tenham surgido também nesse período, apesar de as primeiras prensas e outros equipamentos vitivinícolas terem sido encontrados na Armênia em 4.000 a.C.
     
Afresco encontrado em tumba egípcia
representando o  cultivo de vinhas e
 armazenamento do vinho.
Um estudo realizado por pesquisadores do Museu de Arqueologia e Antropologia da Universidade da Pensilvânia descobriu que os antigos egípcios misturavam ervas e resinas ao vinho de uva para fins medicinais. Um teste feito com uma das 700 jarras enterradas com Scorpion I em sua tumba Abydos, em cerca de 3100 a.C., confirmou que o objeto continha vinho, além de resinas de árvores, que eram utilizadas para prevenção e tratamentos, e outras ervas, como menta, bálsamo, sorgo e coentro.

      Hoje sabe-se que o vinho tinto, devido às substâncias antioxidantes que contem, é um exterminador implacável dos radicais livres, esses minúsculos átomos ou moléculas que atacam as estruturas celulares e as destroem pouco a pouco. Se consumido com moderação o vinho é saudável, ao adicionar essência de plantas mais saudável se torna. O vinho medicinal é a junção da casca, das flores e das folhas das ervas que irão enriquecer o líquido onde se misturam. 
     
Siga a advertência do provérbio: " Três copos de vinho mandam embora (em boa hora) os espíritos, mas com o quarto, eles voltam". Com o vinho medicinal acontece o mesmo, só se deve beber um copinho a cada refeição ou fora dela consoante for o caso. Muitas vezes, nem mesmo um copo mas uma colher ou duas de sopa. 
     
Mais uma vez com o intuito de resgatar a sabedoria popular, na última quinta-feira, o grupo Quinta das Plantas ofereceu uma oficina de preparo de vinhos medicinais. Foram ensinados aos participantes as informações básicas sobre as principais plantas utilizadas e os cuidados no preparo dos vinhos. Após, cada um foi convidado a escolher dentre as seguintes receitas: vinho para aquecer, calmante e para a memória e preparar o seu próprio vinho medicado.



Mesa preparada para a oficina

Algumas ervas utilizadas: Camomila e Capim-limão

Introdução á oficina

Participantes da oficina

Viviane Corazza dando instruções acerca das plantas e vinhos

Degustação de alguns vinhos medicinais

Hora da preparação dos vinhos medicados

E agora confira uma das receitas ensinadas na oficina:

VINHO DE ALECRIM (MEMORIOL)

  • 1 litro de vinho tinto 
  • 40 gramas de folhas de Alecrim

Modo de fazer: Separe as folhas de alecrim dos talos. Coloque-os na garrafa de vinho, tampe e agite para homogeneizar. Deixe em maceração por 10 dias, em ambiente seco, ao abrigo da luz e do calor. Uma vez por dia agite a garrafa para facilitar a extração. Coar em filtro tipo Mellita. Armazene em frascos bem fechados, de preferência de vidro.
Indicações: Para memória, circulação, desordens hepáticas.
Posologia: 5 ml, três vezes ao dia
Cuidados: Contra- indicado para gestantes, lactantes, crianças em geral, pessoas com debilidade no estômago ou fígado, com restrições ao álcool, com diarréia, com hipersensibilidade ao alecrim, ou pessoa com hipertensão.

*** O vinho usado deve ser puro, de boa procedência, seco (sem açúcar), podendo ser tinto ou branco, conforme o gosto ou finalidade. 
*** Os vinhos devem ser conservados em frascos bem fechados de vidro âmbar. 
*** A dose normalmente é um cálice de licor.

Principais benefícios do vinho: Reduz o risco de doenças renais e cardiovasculares, melhora o sistema imunológico, pode ajudar a emagrecer, possui uma substância chamada resveratrol que tem ação antioxidante auxiliando na prevenção de diversas doenças e melhorando o sistema circulatório.


Por hoje é isso, esperamos que tenham gostado de aprender mais uma maneira (saudável) de consumir essa bebida tão apreciada em todo o mundo e indispensável nesses dias frios aqui do sul.....

“Toma conselhos com o vinho, mas toma decisões com a água” Benjamin Franklin

“Os vinhos são como os Homens, com o tempo os maus azedam e os bons apuram” Cícero

“Existe mais filosofia numa garrafa de vinho que em todos os livros” Pasteur

“Cristo não consagrou a água, o leite ou a coca cola: Consagrou o pão e o vinho, como alimento do corpo e do espírito” Fernando Sabino




segunda-feira, 23 de maio de 2016

Oficina de Leites Vegetais




     A maioria das pessoas já passou por algum inconveniente devido ao consumo do leite de vaca. Sejam por questões de saúde ou princípios éticos, muitas pessoas estão deixando de consumir o leite de origem animal e buscando alternativas viáveis e nutritivas para essa substituição. Os leites vegetais estão ganhando cada vez mais espaço e se configuram como os substitutos ideais, pois além de saborosos, não contêm lactose, possuem baixo teor de gorduras, boa porcentagem de gorduras benéficas para o coração, alto teor de vitaminas e são perfeitos para aqueles que sofrem de problemas digestivos, como prisão de ventre e intestino irritável. Cientes disso, e a pedidos do Grupo, na quinta-feira passada, o CEAFFESC organizou uma oficina de Leites Vegetais, ministrada pela Viviane Corazza. Foram ensinadas as receitas e o modo de preparo dos principais tipos de leites vegetais: de côco, girassol e amendoim. Além dos leites, os presentes também aprenderam a aproveitar as sobras (bagaços) que restam da preparação dos leites, para fazer deliciosos e nutritivos doces, biscoitos e pastinhas salgadas. ..humm!

  **O processo chave, importantíssimo para a fabricação desses leites, é a germinação, ou ativação das sementes! A semente possui toda potencialidade de vir a ser, de nascer! Quando ativamos este processo em que a semente está adormecida e a colocamos em contato com a água, luz, temperatura, ela ativa toda a sua potencialidade nutricional. E mais: Todos os grãos (cereais) contém ácido fítico (um ácido orgânico no qual o fósforo é ligado) em sua camada mais externa. O ácido fítico pode-se ligar ao cálcio, magnésio, cobre, ferro e especialmente ao zinco no trato intestinal e bloquear a sua absorção. Deixar os grãos e sementes de molho permite que enzimas, lactobacillus e outras substâncias quebrem e neutralizem o ácido fítico. A prática de deixar grãos de molho por um período de 8-12 horas antes de consumi-los irá aumentar enormemente seus benefícios nutricionais.

     Cada semente tem um tempo de ativação e respeitar isso tornará as suas receitas muito mais nutritivas:

Gergelim, linhaça, coco: coloque as sementes em um vidro por 4 horas (ou durante a noite) de molho em água (1 parte de semente para 5 partes de água). Estará pronta para fazer leite, pasta ou usar em receitas de sucos desintoxicantes.

Castanha de caju, semente de Girassol e Amendoim: Coloque as sementes em um vidro por 8 horas de molho na água. Lavar e estão prontas para o uso.


Castanha do Pará e Nozes: coloque as sementes em um vidro por 24 horas de molho em água e estarão prontas para consumo.


Amêndoa e Avelã: coloque as sementes em um vidro por 12 horas de molho em água e estarão prontas para consumo.

      Para o preparo dos leites, basta deixar as sementes ativando na água, de acordo com o tempo indicado, lavar bem e triturar no liquidificador ou mixer com água de boa qualidade e coar! Podem ser guardados na geladeira por 3 a 5 dias e ficam bons com tudo!!!  
     Aqui eu vou passar a receita do leite de coco, pois é uma fruta muito usada para se fazer leite vegetal e seus benefícios a nossa saúde são imensos!!   Essa fruta contém propriedades bactericidas, antioxidantes, antiparasitárias, hipoglicemiantes, hepatoprotetoras e imunoestimulantes. Além disso, o fruto contém cálcio, magnésio, fósforo, ferro, sódio, selênio, iodo, zinco, flúor, manganês e outros elementos. A água de coco hidrata, remineraliza, altamente antioxidante, da energia e diminui a pressão sanguínea. Tem baixo teor de açucares e gorduras e é rico em minerais e oligoelementos. Tomar água de coco ajuda a reduzir a pressão arterial e diminuir os triglicerídeos em pessoas que sofrem de colesterol alto. Ainda, possui propriedades antidiabéticas e hipoglicemiantes.


Leite de Coco/ Modo de preparo:

Usar coco seco. Deixar o coco no forno por 20 minutos para a que a casca quebre mais fácil.
Após retirar polpa branca do coco, deixar de molho na água por 4 horas.
Bater no liquidificador até triturar bem.
Coar e o leite está pronto para tomar puro, misturado ou usar para fazer receitas!

Coockies da sobra do leite de coco:

Misturar a sobra com aveia em flocos média, óleo de coco, leite de coco, açúcar  mascavo, tâmaras, damasco, maçã picada, uva passa ou qualquer fruta de sua preferência. Untar uma forma e colocar esta massa bem espalhada ou em pequenos ‘’bolinhos’’ para assar em forno pré-aquecido.


E agora algumas fotos do dia da oficina:

Alguns ingredientes da oficina

Vivi nossa professora dedicada




Algumas das delicias feitas com sobras do leites




Hora da degustação!





 Referências: https://www.docelimao.com.br/site/desintoxicante/alimentacao-viva/2398-por-que-deixar-graos-e-sementes-de-molho-antes-de-consumi-los-2.html
https://www.docelimao.com.br/site/desintoxicante/alimentacao-viva/809-como-germinar-sementes.html