Plantas Tóxicas

Toda planta apresenta algum grau de toxicidade, mas a denominação Plantas Tóxicas se aplica àquelas cuja ingestão ou contato provoca sintomas de intoxicação. 

Intoxicação é uma série de efeitos sintomáticos produzidos quando uma substância tóxica é ingerida ou entra em contato com a pele, olhos ou mucosas.

A diversidade de plantas que existe ao nosso redor e o pouco conhecimento sobre essas, favorece uma grande exposição e risco de intoxicação tanto para o ser humano como para os animais.


A importância do grupo das plantas tóxicas não está somente nos riscos que possam causar, mas também nos benefícios que podem proporcionar, já que os princípios ativos é o que determina a ação do remédio ou da toxina.

Além do aspecto curioso, do visual impressionante e dos benefícios que proporcionam quando bem usadas, as plantas tóxicas têm uma mensagem muito importante, que pode ser resumida numa única frase: “A mesma planta que cura, pode matar!".



Existe centenas de gêneros e espécies de plantas tóxicas. Citaremos algumas delas:

Avelós (Euphorbia tirucalli L)

Familia: Euphorbiaceae
Nome Popular: Avelós, pau-pelado, graveto-do-cão, figueira-do-diabo, dedo-do-diabo, árvore de São Sebastião.

Partes tóxicas: Todas as partes da planta.

Sintomatologia: A seiva leitosa causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira; o contato com olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema (inchaço) das pálpebras e dificuldade de visão; a ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarréia.


Mandragorá (Mandragora officinarum L.)
Familia: Solanaceae
Nome Popular: Mandrágora
Sintomatologia: Tem propriedades medicinais, alucinógenas e narcóticas. O uso da raiz desta planta é tão antigo, que é citado nos textos bíblicos em Gênesis e Cantares. Lendas medievais descrevem que as raízes da mandrágora deveriam ser colhidas em noite de lua cheia, puxadas para fora da terra por uma corda presa a um cão preto, pois se uma pessoa tentasse esta tarefa, a raiz emitiria um grito tão alto que a mataria.

Narciso (Narcissus L.) 

Familia: Amaryllidaceae
Nome Popular: Narciso.

Sintomatologia: Por trás da imensa beleza das inúmeras espécies de Narcisos há um perigo escondido. É preciso dizer que a planta inteira é venenosa, mas especialmente os bulbos contêm alcalóides: narcissina, lycorina, narcipoitina e galantamina (fármaco usado no tratamento do Mal de Alzheimer), bem como o glicosídeo scillitoxina.Quando ingeridas causam severa desordem gastrintestinal, convulsões, calafrios, hipotensão, dermatite, tremores musculares e arritmias cardíacas, podendo até causar morte ( Ellenhorn & Barceloux, 1988). Aplicadas a feridas abertas leva rapidamente à paralisação do sistema nervoso e parada cardíaca.


Copo-de-Leite (Zantedeschia aethiopica Spreng)

Familia: Araceae
Nome Popular: Copo-de-leite
Partes Tóxicas: Todas as partes da planta.

Sintomatologia: A ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos pode provocar irritação e lesão da córnea.

Acônito (Aconitum lycoctonum)

Familia: Ranunculaceae
Nome Popular: Acônito
Sintomatologia: A planta possui um alcalóide de nome “aconitina” - um dos mais venenosos que se conhece, cujas propriedades farmacológicas e medicinais são conhecidas desde 1833. A ingestão de uma pequena quantidade pode causar perturbações gastrointestinais graves, mas seu efeito mais perigoso ocorre no coração, onde causa diminuição da frequência cardíaca, podendo muitas vezes ser fatal. O veneno pode ser absorvido pela pele ou feridas abertas e há relatos de pessoas que sentiram mal-estar apenas por cheirar as flores do Aconitum.

Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta Schott

Familia: Araceae
Nome Popular: Comigo-ninguém-pode,aninga-do-Pará

Partes Tóxicas: Todas as partes da planta.

Sintomatologia: Possui ráfides de oxalato de cálcio e saponinas. A mastigação da sua folhaprovoca intensa irritação e edema nas mucosas da boca, faringe e laringe. Em intoxicações mais graves, causa náuseas e vômitos, queimação, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia. O contato com os olhos pode provocar irritação e lesão na córnea.


Mamona (Ricinus communis L.)

Familia: Euphorbiaceae
Nome Popular: Mamona, carrapateira, mamoneira, palma-de-cristo, carrapato
Partes tóxicas: Sementes

Sintomatologia: Produz o famoso óleo de rícino, usado como medicamento há séculos. Mais de três sementes podem matar uma criança; mais de oito, um adulto. Possui ainda uma potente proteína alergênica chamada CB-1A ou Albuminas 2S presente nas sementes e no pólen. A responsável por isso é uma substância chamada “ricina” que provoca vômitos, convulsões e posterior falência dos rins, fígado e baço.A ingestão das sementes mastigadas causa náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia mucosa e até sanguinolenta; nos casos mais graves pode ocorre convulsões, coma e óbito.


Mandioca-Brava (Manihot utilissima Pohl (Manihot esculenta Cranz
Familia: Euphorbiaceae
Nome Popular: Mandioca brava, mandioca, maniva

Partes tóxicas: raiz e folhas

Sintomatologia: Encerram uma substância - Glicosídeo cianogenético chamado "linamarina"- capaz de produzir ácido cianídrico quando em presença dos ácidos ou enzimas do estômago, por isso, a ingestão pode causar cansaço, falta de ar, fraqueza, taquicardia, taquipnéia, acidose metabólica, agitação, confusão mental, convulsão, coma e até óbito.


Coroa-de-cristo (Euphorbia milli L.)


Familia: Euphorbiaceae
Nome Popular: Coroa-de-cristo
Partes tóxicas: Todas as partes da planta

Sintomatologia: A seiva leitosa (látex) causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, dor, queimação e coceira, o contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema nas pálpebras e dificuldade de visão, pode provocar perfuração da córnea e consequentemente cegueira.

Tinhorão (Caladium bicolor Vent.)
Familia: Araceae
Nome Popular: Tinhorão, tajá, taiá, caládio

Partes tóxicas: Todas as partes da planta

Sintomatologia: Produz oxalato de cálcio. A ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, asfixia. O contato com os olhos provoca irritação e lesão na córnea. 


Bico-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima Willd) 

Familia: Euphorbiaceae
Nome Popular: Bico-de-papagaio, rabo-de-arara, flor-de-natal

Partes tóxicas: Todas as partes da planta

Sintomatologia: A seiva leitosa (látex) causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, dor, queimação e coceira, o contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema nas pálpebras e dificuldade de visão, a ingestão pode causar náuseas, vômito e diarréia.


Cinamomo (Melia azedarach L.)

Familia: Meliaceae
Nome Popular: Cinamomo, amargoseira,árvore-santa, loureiro-grego, lírio-da-índia, Santa Bárbara

Partes tóxicas: Frutos e chá das folhas

Sintomatologia: A ingestão pode causar aumento da salivação, áuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia intensa; em casos graves pode ocorrer depressão do sistema nervoso central.


Aroeira (Litharae brasiliens March)

Familia: Anacardiaceae
Nome Popular: Aroeira, pau-de-bugre, aroeira-do-mato, aroeira-brava, pimenta rosa.

Partes Tóxicas: Todas as partes da planta

Sintomatologia: O contato ou, possivelmente, a proximidade provoca reação dérmica local (queimação, eritema e prurido intenso, seguido do desenvolvimento de vesículas-bolhas), que persismte por vários dias. A ingestão pode provocar manifestações gastrointestinais. Os componentes alergênicos responsáveis por estas reações pertencem a um grupo de substâncias chamadas "Urushiois".


Urtiga (Fleurya aestuans L.)

Familia: Urticaceae
Nome Popular: Urtiga, urtiga-brava, urtigão, cansanção

Partes Tóxicas: Pêlos do caule e folhas

Sintomatologia: O contato causa dor imediata devido ao efeito irritativo, com inflamação, vermelhidão cutânea, bolhas e coceira


Vinca (Vinca major)

Familia: Araceae
Nome Popular: Vinca

Partes Tóxicas: Flor e folha

Sintomatologia: A delicada e singela vinca, aparentemente inofensiva engana muito bem quem julga pela aparência, pois a vinca contém um grupo de alcalóides poderosos como a vincristina e a vinblastina, ambos usados ​​em tratamentos quimioterápicos. Ela tem sido usada para tratar a pressão arterial elevada e controlar sangramentos, porém o uso excessivo pode provocar a hipotensão e colapso.

Espirradeira (Nerium oleander L.)

Familia: Apocynaceae
Nome Popular: Espirradeira, louro rosa, oleandro


Partes Tóxicas: Todas as partes da planta
Sintomatologia: Principio ativo Glicosídeos Cardiotóxicos (oleandrina, neriantina)
Sintomas: a ingestão ou o contato com o látex podem causar dor e queimação na boca, salivação, náuseas, vômitos intensos, cólicas abdominais, diarréia, tonturas, sonolência, dispnéia, vômitos e distúrbios cardíacos que podem levar a morte.


Dedaleira (Digitalia purpurea L.)

Familia: Scrophulariaceae
Nome Popular: Dedaleira

Partes Tóxicas: Folha e Flor

Sintomatologia: Principio ativo Glicosídeos Cardiotóxicos. Ingestão:dor/queimação, sialorréia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais,diarréia. Manifestações neurológicas: cefaléia, tonturas, confusão mental e distúrbios visuais.Distúrbios cardiovasculares: arritmias, bradicardia, hipotensão. Contato ocular: fotofobia, congestão conjuntival, lacrimejamento.


Belladona (Atropa belladona
Familia: Solanaceae
Nome Popular: Belladona
Partes Tóxicas: Todas as partes da planta, mas a raiz é a mais tóxica
Sintomatologia: Considerada uma das plantas mais tóxicas do mundo ocidental e, ainda assim, muito usada para fins medicinais, no tratamento de úlceras pépticas e cólicas. Esta planta ficou conhecida como baga de bruxas e na Idade Média ganhou fama por fazer parte das supostas poções que as faziam voar. Possue Glicosídeo cardiotóxico.A ingestão causa: Pele seca, quente e vermelha, principalmente no rosto; boca seca, dificultando a deglutição e articulação das palavras; sede intensa; febre; aumento da freqüência cardíaca; dilatação das pupilas; movimentos desordenados; agitação; alteração de comportamento, podendo ficar agressivo; confusão mental e alucinações.

Bem casada (Datura metel L.) 
Familia: Solanaceae
Nome Popular: Datura, bem casada, figueira do inferno
Partes Tóxicas: Todas as partes da planta
Sintomatologia: Os alcalóides, tropânicos, escopolamina, nioscimina, antropina, quando ingeridos causam: Agitação psicomotora, borramento visual, dificuldade na deglutição e fala, elevação da temperatura corporal, fotofobia, hipertensão ou hipotensão, pele quente e ruborizada, retenção urinária, sede, coma e convulsões, alucinações, delírios, taquicardia, medríase e outros efeitos. Pode causar, também, alterações no estado mental como confusão, desorientação, perda da memória a curto prazo, alucinações visuais, auditivas e psicose. Pode até levar a morte em caso de ingestão da planta.

Saia Branca (Datura suaveolens L.) 
Nome científico: Datura suaveolens L.
Nome Popular: Trombeta, trombeta-de-anjo, trombeteira, cartucheira, zabumba..

Partes Tóxicas: Todas as partes da planta
Sintomatologia: A ingestão pode provocar boca seca, pele seca, taquicardia, dilatação das pupilas, rubor da face, estado de agitação, alucinação, hipertemia; nos casos mais graves pode levar à morte.

Trombeta (Datura stramonium L.) 

Nome Popular: Trombeta, trombeta-de-anjo, trombeteira, cartucheira
Partes Tóxicas: Todas as partes da planta

Sintomatologia:  O fruto é uma cápsula que encerra sementes pretas (em baixo). Toda a planta é extremamente venenosa. Diversas espécies de Datura são originárias do Novo Mundo, mas a Datura stramonium é originária de uma região à volta da Cordilheira do Himalaia na Ásia Menor de regiões a volta do Mediterrâneo, foi levada para as mais diversas regiões do mundo, sendo hoje de distribuição universal. Apresenta ampla ocorrência no Continente Americano, sendo que no Brasil pode ser encontrada em grande parte do território, mas raramente forma grandes concentrações. Cultiva-se em grande escala para fins medicinais. O principais sintomas da ingestão são: Agitação psicomotora, borramento visual, dificuldade na deglutição e fala, elevação da temperatura corporal, fotofobia, hipertensão ou hipotensão, pele quente e ruborizada, retenção urinária, sede, coma e convulsões. Pode até levar a MORTE em caso de ingestão da planta

A origem do nome do gênero Datura vem do hindu "dhát", um veneno preparado com plantas, e "tatorah", entorpecente. Plantas desse gênero e de alguns outros gêneros de Solanáceas apresentam compostos com propriedades alucinógenas, o que é conhecido desde tempos imemoriais. Povos primitivos, tanto da Eurásia como do Novo Mundo, fizeram intenso uso dessas propriedades em rituais místicos e religiosos, bem como para fins medicinais; outros usos tinham intuito criminoso, visando entorpecer as vítimas para as roubar ou matar.

Os efeitos alucinógenos incluem visões e sensações que eram tidas como formas de comunicação com os Deuses. Na região de Bogotá as viúvas e os escravos dos guerreiros mortos recebiam uma bebida com extratos dessas plantas, que as colocava em estado de torpor, de modo a serem enterrados vivos com os seus senhores.

Os alcalóides, tropanos, escopolamina, hiociamina, antropina, quando ingeridos causam alucinações, delírios, taquicardia, medríase e outros efeitos. Pode causar, também, alterações no estado mental como confusão, desorientação, perda da memória a curto prazo, alucinações visuais, auditivas e psicose. Estas substâncias são espasmolíticas (aliviam as contrações musculares), diminuem as secreções glandulares e dilatam os brônquios. São apenas tratadas no âmbito da indústria farmacêutica, e os remédios à base destas substâncias só podem ser prescritos por um médico. É uma planta tóxica para os animais e para o homem. Os envenenamentos de crianças pelas sementes de estramônio são relativamente freqüentes, sendo a dose letal, aproximadamente, 20 sementes.



Varias plantas contém o princípio ativo principal alcalóides beladonados:

                                                                                              
-Beladona - Atropha belladonna L.
 Atropina
-Saia-branca, aguadeira, buzina, trombeta, zabumba -Datura suaveolens L.
 Alcalóides tropânicos
-Saia-roxa(bem casada), saia-de-noiva, manto-de-cristo, trombeteira-roxa, três-saias- Datura metel L. Alcalóides tropânicos
-Estramônio, erva-dos-mágicos, figueira-do-inferno, figueira-brava- Datura stramonium L.
 Alcalóides tropânicos
-Toé- Datura insignis B. Rodr.
 Alcalóides tropânicos
-Mandrágora-Mandrágora officinarum(L) Vis.
 Alcalóides tropânicos
-Joá, juá-listrado, arrebenta-cavalo, melancia-da-praia-Solanum sisymbrifolium Lam.
 Solanina
-Erva-moura, maria-preta, pimente-de-galinha, sué, erva-de-bicho- Solanum nigrum L
 Solanina.
-Arrebenta-cavalo, arrebenta-boi, babá, bambão, joa-ti-Solanum aculeatissimum Jacq.
 Solanina
-Peloteira, tomatinho-Solanum pseudocapsicum L.
 Solanina
-Doce-amarga-Solanum dulcamara L.
 Solanina e dulcamarina

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