sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

(Carlos Drummond de Andrade)

 
O Grupo Quinta das Plantas deseja a todos um iluminado 2016!!

Essas são algumas fotos da nossa confraternização de final de ano e encerramento de atividades para 2015, mais fotos estarão disponíveis na nossa página do facebook, lembrando que retornaremos às atividades do grupo na primeira quinta-feira de março de 2016, dia 03. Até logo e bom descanso! 






terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Revisão do ano e um pouquinho sobre PANC's

É, estamos entrando na reta final das reuniões do Quinta das Plantas de 2015, época de nos reunirmos com a família, de viajar, enfim parar um pouquinho e recarregar as energias para o novo ano que promete! Focados nisso, quinta passada foi dia fazer um balanço do ano e assim apresentar idéias e sugerir melhorias para 2016. 
Sem deixar de lado real motivo que nos une, foram introduzidas ao grupo algumas PANC’s (Plantas Alimentícias Não Convencionais), assunto que sempre gera muito interesse e surpresa ao constatar o quanto estamos rodeados todos os dias de verdadeiras preciosidades da natureza e muitas das vezes sequer nos damos conta disso . A mensagem adotada do dia foi: “É preciso prestar atenção, se despir de velhos estigmas e dar uma segunda chance, pois se a primeira impressão é a que fica, um segundo olhar pode fazer toda a diferença!”


Mas o que são PANC’s?

Segundo Lorenzi e Knupp (2014) podem ser consideradas como Plantas Alimentícias Não Convencionais, frutos, frutas, folhas, flores, rizomas, sementes e outras estruturas ou partes das plantas que podem ser consumidas pelo homem tanto in natura e após algum tipo de preparo culinário. Portanto trata-se de ‘partes de plantas não convencionais’, como também de ‘partes não convencionais’ de plantas comuns ou convencionais.
Um bom exemplo é a banana, o uso de seus frutos maduros é comum, mas normalmente não são utilizados seus frutos verdes, as cascas dos frutos maduros, o coração (mangará), flores e outros tantos usos potenciais.
O uso de algumas dessas plantas chega a ser  desprezado na totalidade por falta de conhecimento enquanto que de outras se tem conhecimento apenas de seu potencial medicinal, mas não alimentício.

Agora vamos falar um pouquinho sobre algumas PANC’s estudadas no último encontro do grupo:

Picão-preto (Bidens pilosa L.)

Outros nomes Populares: Pico-pico, amor-seco, carrapicho-de-agulha, coambi, fura-capa.
Família Botânica: Asteraceae
Nativa da América Tropical e largamente naturalizada em quase todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo. Apesar de seu  uso medicinal bem difundido no Brasil, em amplo levantamento realizado pelo IBGE na década de 1970, a espécie foi apenas citada como hortaliça folhosa e não como medicinal. Atualmente seu uso como alimento no Brasil é muito restrito.
Boa fonte de proteína, fibras, magnésio, e com alto teor de cobre.
As folhas podem ser utilizadas no preparo de sucos refrescantes com limão, risotos e refogados. 


Buva (Conyza banariensis (L.) Cronquist)

Outros nomes Populares: erva-lanceta, enxota, salpeixinho, voadeira, catiçoba, rabo-de-foguete.
Família Botânica: Asteraceae.
A planta ocorre como subespontânea em pomares, beira de estradas e terrenos baldios, sendo considerada uma séria planta daninha de lavouras agrícolas sob plantio direto, pois desenvolveu resistência e/ou tolerância ao herbicida glifosato, sendo mundialmente estudada neste sentido. Carece ainda de estudos químicos e bromatológicos.
As folhas e ramos são utilizadas na medicina popular (antiácido e antitussígeno, antidiarreica e antihemorroidal), e ocasionalmente na culinária na forma de temperos.
O sabor das folhas é ligeiramente picante, podendo ser utilizada como condimento para carnes e pratos variados ou consumida em saladas cruas, cozidas, ensopados, risotos e refogados. 


Tanchagem (Pantago australis Lam.)

Outros nomes Populares: tansagem, línguas-de-vaca, cinco-nervos, bopka, llanten.
Família Botânica: Plantaginaceae.
Cresce Espontaneamente em áreas antropizadas, como pomares, hortas, jardins, e solos agrícolas em geral, principalmente sombreados, chegando a ser considerada uma planta daninha em diversos locais.
A tanchagem é utilizada para diversos fins medicinais, tais como cicatrizante, anti-inflamatória antibacteriana, adstringente, desintoxicante, expectorante, depurativa, descongestionante, digestiva, diurética, tônica, sedativa e laxativa. As sementes podem ser consumidas in natura. As infrutescências maduras podem ser puxadas (debulhadas) ainda aderidas à planta mãe após assoprar para liberar a ‘’palha’’ excedente, restam apenas as sementes. Das sementes das espécies deste gênero, se extrai uma substância mucilaginosa chamada psyllium. A inclusão destas sementes em cereais matinais reduz a taxa do colesterol total e do colesterol ruim (LDL) em 5% e 9%, respectivamente.
Na culinária suas folhas podem ser utilizadas no preparo de pães, bolinhos, refogados, etc.


Lírio-do-brejo (Hedychium coronarium J. Koenig)

Outros nomes Populares: gengibre-do-brejo, açucena, jasmim-borboleta, colônia.
Família Botânica: Zingiberaceae.
Cresce espontaneamente em várzeas úmidas e pantanosas de quase todas as regiões do país, considerada como uma planta daninha. Raramente é cultivada com fins ornamentais devido ao seu crescimento agressivo. Os botões florais e flores podem ser cozidos e servidos com molho de pimenta e usados como condimento. A fécula dos rizomas é usada no combate à tosse, é comestível, rica em amido que é muito útil na fabricação de biscoitos, pães, bolos, etc. Das flores podem ser preparados desde sorbets até saladas, sanduíches e bebidas aromáticas como o quentão.
Os rizomas do lírio-do-brejo possuem usos medicinais diversos, como anti-inflamatório, associado à presença de diterpenos e coronarinas.
  
Extraído e adaptado de:

KINUPP, Valdeli Ferreira; LORENZI, Harry. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2014.


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Oficina de Vinagre de Maçã

O vinagre possivelmente foi descoberto por acidente. Acredita-se que um barril de vinho (presumivelmente mal fechado que permitiu a entrada de oxigênio) foi armazenado por muito tempo, então ao ser aberto encontrou-se um líquido azedo em vez de vinho. Seu nome deriva do latim do latim  "vinum acre", ou vinho azedo. Felizmente, os nossos antepassados astutos encontraram muitas utilidades para o  "vinho estragado".

O vinagre data dos primórdios da civilização. Existem registros da existência do vinagre no Egito antigo, onde era usado como medicamento. Existem também relatos de soldados persas e romanos que nas grandes campanhas marchavam por meses seguidos e, às vezes, por anos em território inóspito, consumindo muitas vezes, água e alimentos em condições precárias. Por isso todos carregavam um recipiente com Vinagre para que nas horas de necessidade, esse Vinagre fosse misturado à água e também aos alimentos, para assepsia e combate, por exemplo, ao vibrião da cólera.

O vinagre tinha também um papel muito importante na conservação de alimentos durante o armazenamento, como por exemplo, picles e conservas. Este é um dado muito importante uma vez que na época passada, não existia geladeiras e processos de conservação como na atualidade. 


Mas o que é afinal o vinagre?

Na fermentação alcoólica ocorre a transformação de açúcar em álcool e posteriormente, na fermentação acética, ocorre a transformação desse álcool em ácido acético formando assim o Vinagre. Portanto qualquer matéria-prima que contenha açúcar pode ser utilizada para fabricação do vinagre como por exemplo, uva, maçã, arroz, cana-de-açúcar, beterraba, batata e a cevada.


Por que vinagre de Maçã?

Ao ser utilizado como alimento, o vinagre de frutas, pode-se dizer que é mais nutritivo por conter mais substâncias assimiláveis pelo organismo como vitaminas, ácidos orgânicos e mesmo proteínas e aminoácidos originários do fruto e da fermentação alcoólica de que provêm. Além disso, os vinhos de frutas dão origem a vinagres mais suaves e menos agressivos ao paladar por seu pH atenuado pelas substâncias orgânicas presentes.

Agora vamos conferir algumas fotos e a receita do Vinagre de Maçã sem aditivos e conservantes, feito na nossa oficina da quinta-feira passada:

Receita de Vinagre de Maçã (rende 20 Litros)
3 Kg de maçã verde (se possível orgânicas)
1 ½ Kg de açúcar cristal
20L de água mineral ou filtrada
1 recipiente com tampa com capacidade para 20L
Plástico filme ou sacolas plásticas (para vedar)

Modo de Fazer:
Lave bem as maçãs, retire as sementes, o miolo e corte em 4 partes.
Disponha as maçãs no fundo do recipiente e acrescente o açúcar
Após acrescente a água e mexa bem por uns 5 minutos.
Vede o recipiente com plástico e por último coloque a tampa.



***O processo de fermentação levará em média 60 dias, após esse período, poderá ser filtrado e disposto em garrafas esterilizadas e preferencialmente de vidro. Verifica-se a formação de uma ‘’massa’’ branca e gelatinosa decorrente do próprio processo de fermentação, esta é considerada como uma ‘’muda’’ do vinagre e poderá ser reaproveitada na próxima produção de vinagre para auxiliar no processo de fermentação.

Principais Usos e Benefícios do Vinagre:

Substituto do Sal: O vinagre é uma ótima alternativa ao sal de cozinha. Quem sofre de hipertensão pode usá-lo para temperar saladas e outros pratos.

Antioxidante: Os vinagres feitos da fermentação de frutas possuem características antioxidantes, que combatem os radicais livres e podem contribuir para um envelhecimento saudável.

Diabetes: Estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo confirmou que uma colher de chá de vinagre com alta concentração de ácido acético antes do café da amanhã pode ajudar a controlar os níveis de  glicose. Lembrando que o vinagre não tem o poder de substituir os medicamentos prescritos por médicos, consulte sempre um especialista.

Cabelos: Quando usado para enxaguar os cabelos, ajuda as madeixas a ficarem mais brilhantes, sedosas. Ajuda ainda a combater coceiras e caspa. Misture 1 colher de sopa em 1 copo de água mineral e depois que acabar de lavar os cabelos, enxague com essa água e depois com mais água do chuveiro (enxague bem).

Oleosidade da pele: O vinagre também auxilia na manutenção da pele, remove a oleosidade sem afetá-la. A mistura deve ter a mesma proporção da usada nos cabelos (enxague bem).

Limpeza da Casa: O vinagre é uma ótima alternativa para quem quer deixar a casa limpinha, sem usar produtos químicos. Ele pode ser utilizado na limpeza de vidros e espelhos, como antimofo, limpeza de móveis de fórmica, e amaciante de roupas.

Digestão: O vinagre tem propriedades estimulantes que favorecem a secreção do suco gástrico, colaborando assim no processo de digestão.

Por hoje é só pessoal, espero que tenham gostado, mais fotos dessa estarão disponíveis na nossa página do face: https://www.facebook.com/ceaffesc/ e aproveito para lembrar que nesta quinta-feira dia 05-11 teremos um reforço da Oficina de Sais de Ervas. 









terça-feira, 27 de outubro de 2015

Oficina de Sais de Ervas e de Banho

      Vós sois o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, com o que se há de temperar?
       Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. 
Mateus 5:13
Ele já foi artigo de luxo, moeda e até motivou guerras. Mudou a história da humanidade agindo como conservante que permitia estocar alimentos a longo prazo. Hoje é um condimento onipresente em toda a gastronomia mundial. Apesar de ser considerado um vilão da saúde quando utilizado em grandes concentrações, todos sabemos da importância do sal bem dosado para a nossa saúde e a relação intrínseca que este elemento estabeleceu com a humanidade ao longo de sua caminhada na terra. 
Confira abaixo algumas fotos, dicas e receitas da nossa oficina de sais de ervas e de banho, da última quinta-feira.

**Importante sobre a escolha do sal:
O sal refinado deve ser evitado e substituído pelo sal marinho integral ou o sal grosso. O processo de refinamento rouba uma série de minerais presentes no sal. Já o sal marinho integral, o sal grosso, conserva essas qualidades inerentes ao sal.

Receitas de Sais de Ervas


Sal especial com Alecrim, Salsinha, Manjericão e Orégano:

Ingredientes:
1 colher de sopa de alecrim /  1 colher de sopa de salsinha seca / 1 colher de sopa de manjericão / 1 colher de sopa de orégano
1/2 xícara de sal light (possui menor teor de sódio e mais potássio).
Modo de preparo:
Adicione todos os ingredientes no liquidificador ou mixer e bata até que fiquem misturados e mais finos.
Conserve em um recipiente de vidro tampado.
Validade: 3 semanas.

Sal com Alho e Louro:

Ingredientes:
1 cabeça de alho / 1 kg de sal / Folhas de louro
Modo de preparo:
Descascar e moer os dentes alho, colocar no liquidificador com 1 kg de sal. Lavar as folhas de louro, secar e retirar o filete do meio das folhas. Acrescentar 20 folhas e bater bem. Armazenar em vidro bem vedado e higienizado.

Gersal:
Ingredientes:
Gergelim integral (cru e com casca)
Sal grosso
Opcionais
Chia
Semente de girassol
Amaranto em flocos 
Modo de preparo:
Leve uma frigideira ao fogo baixo e nela coloque uma camada não muito espessa de gergelim. Mexa de vez em quando, por aproximadamente 3 minutos, até o gergelim começar a dourar. É importante não passar desse ponto, pois, a partir daí, ele ficará amargo.
Aguarde esfriar e coloque em um copo de liquidificador ou de mixer. Junte um pouquinho (pouquinho mesmo!) de sal grosso – pode ser o tradicional, o rosa do Himalaia, ou qualquer outro de sua escolha, desde que não seja refinado. Usando a função pulsar, triture aos poucos o sal com gergelim, até obter a consistência de uma farofa não muito fina. Prove e cheque se está no ponto para o seu paladar e, se necessário, ajuste o sal. Está pronto o gersal!


Receitas de Sais para Banho e Escalda-pés


Estimulante com Alecrim:
Ingredientes:
Sal grosso / sulfato de magnésio (sal amargo) / glicerina líquida / folhas de alecrim / óleo essencial de alecrim
Modo de preparo:
Colocar o sal grosso em um recipiente de vidro. Acrescentar o sulfato de magnésio e as plantas medicinais. Misturar com as mãos protegidas por luva. Acrescentar o óleo essencial e embalar.


Calmante de Camomila e Laranja-doce:

Ingredientes:
Sal grosso / sulfato de magnésio (sal margo) / glicerina líquida / flores de Camomila / óleo essencial de Laranja-doce ou outro de sua preferência
Modo de preparo:
Colocar o sal grosso em um recipiente de vidro. Acrescentar o sulfato de magnésio e as plantas medicinais. Misturar com as mãos protegidas por luva. Acrescentar o óleo essencial e embalar.

Escalda-Pés com Eucalipto:
Água com óleo essencial de Eucalipto. Bom para gripes, resfriados ou sinusite. Fazer escalda-pés colocando água quente aos poucos. Passar pano com água morna para fria nos pés e depois secar bem.

Escalda- Pés com Lavanda:
Água com óleo essencial de Lavanda. Bom para relaxar, insônia e desobstruir os pensamentos. Fazer escalda-pés colocando água quente aos poucos. Passar pano com água morna para fria nos pés e depois secar bem.

 ** Você pode conseguir o sulfato de magnésio, também conhecido como sal amargo ou ainda sal de Epson nas farmácias, ele tem a função de evitar que o sal de banho fique úmido e com pelotas, e também auxiliar no relaxamento muscular e na tonificação da pele. A glicerina líquida você encontra também em algumas farmácias e casas de essências.


**Algumas dicas de como secar ervas aromáticas

Ervas aromáticas secas, hermeticamente acondicionadas, protegidas da umidade e luz direta, preservam-se até 18 meses. A secagem deverá começar imediatamente após a colheita, quando o produto ainda se encontra fresco.
Não esquecer: uma colher de sopa de ervas frescas equivale uma colher de chá de plantas secas. 
Como fazer:
  • As folhas, flores e sementes devem secar em local com temperatura nunca superior a 33 ºC e nunca abaixo dos 21 °C. O local dever ser seco, escuro e ventilado. Ao fim de uma a três semanas, quando as folhas esfarelam entre os dedos, estarão prontas para utilizar secas;
  • No caso dos orégãos, tomilho, louro, salva, alfazema (esta última dentro de um saco de papel), deverá secá-los em molhos atados e com os caules (máximo dez) virados para cima. Isto depois de dispensar as folhas murchas ou mortas. Quando as folhas se apresentarem secas, estão prontas para serem extraídas dos caules e guardadas (por exemplo, em frascos de vidro que sobraram das compotas. Classifique e date os frascos);
  • As folhas e as flores do manjericão devem secar sobre um tecido fino estendido sobre uma rede;
  • As sementes de endro e funcho são secas nos caules, invertidas, envolvidos num saco. Este retém as sementes que forem caindo;
  • Secar raízes implica limpá-las bem, depois de raspadas. Devem secar sobre um tabuleiro; 
  • Em climas muito úmidos as ervas podem ser secas no forno (100 ºC, cobertas com papel-manteiga), num micro-ondas (num prato, cobertas com papel de cozinha), ou num desidratador. O produto final é, no entanto, de qualidade inferior.
Alguns sais prontos e embalados

O grupo posando com a obra pronta!



quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Dia de plantar uma boa causa!


"Podemos escolher o que plantar, mas somos 
obrigados a colher o que semeamos" Provérbio chinês
Falta pouco para o evento que vai colorir o norte de Florianópolis de Rosa, e para os preparativos, claro, não poderíamos deixar de contar com a súper equipe do Quinta das Plantas. E que equipe! Essa galera do bem arregaçou as mangas e produziu em aproximadamente duas horas, a maior parte das mudinhas de plantas medicinais, que serão vendidas no evento para angariar fundos para o combate ao câncer. Diferentemente do habitual, a produção de mudas aconteceu naquele que será nosso futuro espaço criativo para a educação ambiental. Por falar em criatividade fomos presenteados com as primeiras peças de artesanato (sim, muitas outras virão) para decorar nosso espaço, que assim, com carinho, vai tomando forma. Também ganhamos de outra senhora muito gentil, algumas "mudinhas" só que não de plantas e sim de Kefir, um probiótico que vem dando o que falar, e você pode saber mais sobre ele clicando aqui
Enfim, deixo registrada aqui nossa gratidão a todos e umas fotinhos do que rolou nesse dia tão produtivo:



Equipe Quinta das Plantas
Mãos à obra!
Kefir com carinho

Primeira leva de mudinhas indo para o  "berçário''
Valeu!




Em breve mais fotos estarão disponíveis também na nossa página do face: 
https://www.facebook.com/ceaffesc?ref=hl

E no embalo de plantar e colher, deixo uma mensagem linda do Osho citada pela Vivi na roda de discussões desse dia:

A semente não pode saber o que vai acontecer, a semente jamais conheceu a flor. E a semente não pode nem mesmo acreditar que ele tem o potencial para se tornar uma bela flor. Longa é a jornada, e é sempre mais seguro não entrar nessa jornada, porque o percurso é desconhecido, nada é garantido. Nada pode ser garantido. Mil e uma são as incertezas da jornada, muitos são os imprevistos - e a semente está segura, escondida dentro de um núcleo duro. Mas a semente tenta, faz um esforço, que cai a casca dura que é a sua segurança, ele começa a se mover. Imediatamente a luta começa: a luta com o solo, com as pedras, com as rochas. Se para a semente foi muito difícil, para a plantinha será muito mais, ela é delicada e os perigos serão muitos. Não havia perigo para a semente, a semente poderia ter sobrevivido por milênios, mas para  brotar os perigos são muitos. Mas o broto começa em direção ao desconhecido, em direção ao sol, em direção à fonte de luz, sem saber para onde, sem saber por quê. Grande é a cruz a ser carregada, mas um sonho possui a semente e os movimentos de sementes. O mesmo é o caminho para o homem. É árdua. Será necessária muita coragem.
Osho





terça-feira, 15 de setembro de 2015

Oficina de Preparados Naturais

Segundo a medicina ayurvédica, devemos passar na pele somente o que podemos ingerir, ou seja, a absorção dos nutrientes é assimilável  por nosso organismo através da pele assim como os alimentos o são pela digestão”.


Seguindo este princípio foi realizada a primeira oficina de preparados naturais do Quinta das Plantas, com o  objetivo de ensinar os participantes a utilizar as ervas medicinais que que estão ao nosso dispor, macerando-as no álcool para que sejam extraídos os princípios ativos e energéticos das plantas. Além da limpeza e cura física, estes preparados também tem o intuito de harmonizar e proteger os lares e as pessoas, de acordo com a crença de cada um. O álcool etílico foi usado para o preparo de produtos de limpeza e a cachaça no preparo de produtos para uso tópico, para alívio de entorses e dores musculares por exemplo.  
A farmacêutica Viviane explicou que o álcool de cereais é a melhor escolha quando vamos fazer preparados para uso tópico (uso diretamente sobre a pele), mas quando este recurso não é viável, podemos optar pela cachaça, pois ao contrário do álcool etílico ela não causa toxicidade quando aplicada em pequenas quantidades sobre a pele. 

Durante a oficina foram dispostas diversas ervas medicinais cultivadas no nosso horto, para que os participantes pudessem então escolher intuitivamente as que mais lhe agradassem ou que preenchessem as finalidades do preparado em questão. A seguir um resumo com algumas fotos e receitinhas da oficina:

Tudo pronto para começar!


Algumas plantas utilizadas na oficina, na sequência: sabugueiro,
folhas de pitangueira, citronela, menta, erva-beleeira,
arnica, poejo, caroço de abacate ralado, flores de calêndula, mil-folhas, camomila e cascas de laranja.
Os participantes se familiarizando com as plantas
Muita concentração na hora do trabalho. Verdadeiros alquimistas!
Energia e Sinergia do local



Alguns preparados prontinhos... para a segunda etapa, mais
ou menos 15 dias de repouso e ausência de luz.

Preparados para limpeza da casa:

1-  Álcool etílico – 1 litro
         Folhas de Pitanga – 100 g

Deixar em maceração de 15 a 21 dias. Filtrar e armazenar em local escuro
Este preparado é especial para limpeza da casa, pelas atividades antissépticas e bactericidas das folhas da pitangueira e também pela capacidade energética de harmonizar o lar. Bom uso em locais de trabalho para gerar um bom acordo, ponderar, entender o próximo e buscar diálogo nas relações.
*Usos: Limpeza e desinfecção da casa em geral ( pisos, banheiro, móveis ).  Misturar com sabão líquido ecológico ( 1 parte de cada ) para uso como desinfetante.


2- Álcool etílico – 1 litro
        Folhas de eucalipto – 100 g

Deixar em maceração por 15 a 21 dias. Filtrar e armazenar em local escuro

Este preparado é especial para usos de limpeza pesada e desinfecção. Excelente antimicrobiano e de amplo espectro. O Eucalipto tem ação de recuperar a boa energia do lar, trazendo paz e responsabilidade. Estimula  a retidão de caráter.


3- Álcool etílico – 1 litro
        Folhas de arruda + alecrim  + manjericão – 100 g

Deixar em maceração por 15 a 21 dias. Filtrar e armazenar em local escuro

Este preparado é especial para limpeza energética da casa, deixar um clima mais leve e ameno. O alecrim traz a proteção e alegria, a arruda traz a força para superar os desejos não realizados, limpa traumas e insatisfações. O manjericão traz a consciência para enxergar o que está errado, estimula a busca da verdade, abençoa as escolhas e decisões.


4- Álcool etílico ou vinagre – 1 litro
        Casca de 3 laranja ou casca de limão 

A casca da laranja ou limão tem forte ação bactericida e fungicida, exterminador de micróbios. Alem do efeito de limpeza, ainda deixa um perfume muito agradável e pode ser utilizado como spray aromatizante.  Atua como calmante e anti-depressivo natural.

  • Maceração:  Nome dado ao processo de deixar a planta imersa no álcool por um determinado período com o objetivo de extrair os ativos das plantas.

Aromatizador de Ambiente:

Tintura de alguma planta com perfume e efeito que lhe agrade ( Ex: Jasmim, Lavanda, Alecrim, Casca de laranja ) + chá de outra planta da sua escolha.
Adicionar duas parte da tintura para uma parte de chá e se estiver ao seu alcance algumas gostas de óleo essencial. 


Preparados usados para dores:

Para fazermos preparados de aplicação na pele, é importante usarmos o álcool de cereais ou cachaça de boa qualidade, que são mais neutros e indicados para usos cosméticos e preparos de fitoterápicos. Podemos optar por fazer uso dos recursos que temos mais próximos e acessíveis. Algumas opções com ação boa para auxiliar nas dores:

  • Caroço de abacate ralado
  • Erva Baleeira 
  • Arnica
  • Tanchagem
  • Mil folhas
  • Unha de gato
  • Mastruço
  • Semente de sucupira

Forma de preparo: 

  • Escolha as plantas que você tem a sua disposição;
  • Colocar 100 g da planta em 1 litro de álcool de cerais;
  • Deixar em maceração por 15 dias em local escuro;
  • Filtrar as plantas com auxílio de papel tipo ''mellita'';
  • Armazenar o preparado em um vidro escuro;
  • Validade um ano;

* Propriedades do caroço de abacate: Tem poder antimicrobiano, antifúngico, antibiótico natural, anti-inflamatório, antibacteriano, antiviral, antioxidante e termogênico.


Algumas plantas disponíveis no nosso herbário e suas propriedades energéticas: 

Alecrim: Libera traumas, medos e outros aspectos negativos registrados no ser, que estão adormecidos. Gera vontade de mudar e conhecer o novo, incentiva a pessoa a ter sabedoria para viver e amar.
Lavanda: Incentiva a esperar a hora certa para dizer as coisas, gera paz interior, favorece a lida com muitas coisas ao mesmo tempo.
Arnica: Desobstrui os canais energéticos, estimula a circulação sanguínea e a imunidade física, estimula a circulação mais rápida.
Arruda: É um dos maiores termômetros do ambiente, pois a arruda quando plantada indica a qualidade da energia local, que pode ser medida pela vitalidade da planta. Não vai bem  na presença de pessoas realizadas ou frustradas. Ajuda a liberar o choro reprimido e a tristeza interiorizada. Traz força para superar desejos não realizados, elimina frustração e o sentimento de fracasso.
Confrei: Estimula a criatividade, torna o ser sensível emocionalmente, acalma sentimentos negativos, ajuda ter paciência, respeitar a opinião do próximo.
Erva-Baleeira: Proporciona uma sensibilização no ser, favorecendo que venham a tona os sentimentos e emoções que estão em desequilíbrio.
Manjericão: Abre a consciência para enxergar o que está errado, estimula a busca da verdade a qualquer preço, abençoa escolhas e decisões.
Mastruço: Desbloqueia sentimentos, vitaliza os pulmões. 
(Extraído de  Fitoenergética, A energia das plantas no equilíbrio da alma, Bruno J Gimenenes.)


"Sorrir,amar, perdoar,compreender, relaxar...Esses são remédios poderosíssimos , e que não estão à venda nas farmácias. O efeito colateral é a felicidade."
Hermógenes