quarta-feira, 25 de junho de 2014

Zedoária

 
Nomes populares: açafroa, açafrão-da-índia, açafroeira, açafrão-da-terra, zedoária, batatinha-amarela, gengibre-de-dourar, gengibre-dourado, gengibre amarelo, mangarataia.

Nome Científico: Curcuma zedoaria (Christm.) Roscoe

Familia Botânica: Zinziberaceae

Origem ou Habitat: Índia, trazida para o Brasil pelos colonizadores.

Características botânicas: Planta herbácea, perene, medindo de 1,3 a 1,5m de altura.
Folhas inteiras, oblongo-lanceoladas, com 50 a 80cm de comprimento, com nervuras secundárias púrpuras ao longo da nervura mediana.
Inflorescência cilíndrica, crescendo a partir do rizoma antes das folhas. As flores são amareladas e as brácteas esverdeadas com as pontas cor-de-rosa. O florescimento ocorre de outubro a novembro.
O rizoma principal é cônico, tuberoso, medindo cerca de 5 cm de comprimento, emitindo outros rizomas secundários que, por sua vez, originam estruturas de reserva de formato piriforme, que posteriormente dão origem a outras plantas.

Clima e solo: Cresce espontaneamente em altitudes das regiões tropicais, onde o clima é temperado e úmido. Prefere solos areno-argilosos, bem drenados e soltos.
O plantio deve ser em outubro e a colheita dos rizomas após 8 meses do cultivo, em julho ou agosto, quando o vegetal perde a parte aérea.

Partes usadas: Rizomas
Composição química:
Óleo essencial (1 a 1,5%) composto principalmente de a-pineno D-canfeno, 1,8-cineol, D-cânfora, D-borneol, álcool sesquiterpênico, zingibereno, dimetoxicurcumina, bisdimetoxicurcumina, curcolonol, guaidiol, elemano, cadinano, eudesmano, guaiano, curcumina, zedoarona, curzerenona, etil-p-metoxicinamato, espirolactonas (curcumanolídeo A e B); sesquiterpenos; pigmento azul; amido, resina, vitaminas B1, B2, B6; sais minerais, etc.

Ações farmacológicas: 
- Digestiva e Eupéptica: Estimulante das funções hepáticas (fígado), digestivas e intestinais, é carminativa (reduz gases intestinais) e muito eficaz no tratamento de mau hálito de origem gástrica.
 - Colagogo e coletérico: Facilitam a transferência de bílis da vesícula biliar para o duodeno, suprimindo o espasmo da vesícula, aliviando a dor e facilitando a digestão das gorduras A planta age especificamente sobre o trato gastrointestinal. Inibe a secreção dos ácidos estomacais e promove a secreção biliar. Indicada na prevenção e tratamento de úlceras gastroduodenais, iitíase biliar (cálculos na vesícula) e colesterol.
- Rubefaciente: (calor e vermelhidão). Promove uma dilatação no sistema venoso, estimulando o aumento de circulação  sanguínea  tópica, propiciando a remoção do acúmulo de toxinas e resíduos dissolvidos, permitindo a desobstrução dos canais linfáticos (drenagem  linfática  tópica) e a conseqüente reorganização do tecido conjuntivo desordenado (por nódulos celulíticos). Sua ação rubefasciante sobre vasos e tecidos é útil nas bronquites e tosses catarrais.
- Antifúngica: O extrato etanólico (principal princípio ativo-ácido éster etílico p-metoxicinamico) é um fungicida potente portanto inibe a produção ou destrói os
Fungos. Foram isolados 3 compostos no extrato alcoólico com atividade antibiótica contra no Trichophyton rubrum (fungo responsável por infecções dos tecidos queratinizados -pele e unhas, raramente afeta o cabelo).
- Anti-inflamatória: Infecções urinárias
- Analgésica: Para resfriados
- Carminativa: Reduz gases intestinais
- Antitumoral: Possui efeito contra carcinoma (câncer) do útero, cérvix (cólon do útero) e de pele.
- Antisséptica: Impede a produção de TXA2, responsável pela hiperemia da gengiva na piorréia alveolar.
Relato popular de uso de uma cápsula diária de zedoária pelo período de um ano curou uma pessoa da hepatite C.

A zedoária tem usos semelhante ao do gengibre.
Na Índia, o rizoma da zedoária é usado popularmente em perfumaria e como condimento.

Contra-indicações: O seu uso é contra-indicado para mulheres nos 3 primeiros meses de gestação e durante a amamentação. 
O rizoma e também o produto processado são fotossensíveis por isso deve-se evitar o uso externo com exposição solar.
A superdosagem pode provocar irritação da mucosa estomacal e úlceras. Evitar utilizar mais que 15 g diárias.

Posologia e modo de uso: 
Infusão: Colocar 1 colher de chá de fatias finas de rizomas e adicionar água fervente. Tomar em jejum e antes das principais refeições, como estomáquico.
Para os casos de afecções pulmonares (expectorante, tosse, bronquite) colocar 3 colheres de chá de rizomas fatiados em uma xícara de água fervente, depois de morno adicionar mel e tomar 1 colher de sopa 3 x ao dia.

O rizoma, ao ser cortado, apresenta uma coloração azulada. Após seco e moído dá origem a uma farinha aromática de cor creme.
Os rizomas devem se lavados, enxutos, fatiados e colocados para secar local ventilado e sem umidade. Conservar em vidros escuros, ao abrigo da luz solar.
Possui odor agradável que lembra a cânfora e o alecrim, o sabor é amargo, pungente, quente e canforáceo.

É uma planta cultivada também como ornamental.

Fotos da colheita de zedoária no horto da AFFESC em junho de 2014
 







Colheita da zedoária no horto da AFFESC em junho/2013

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Cardo-mariano

Nome Botânico: Silybum marianum (L.) Gaertn ou Carduus marianus L. (Sinonímia)
Família Botânica: Asteraceae (Compositae)

O cardo-mariano é também conhecido popularmente por cardo-santo, serralha-de-folhas-pintadas, cardo-de-nossa-senhora, entre outros.
É uma planta originária da Europa e da Ásia e nasce espontaneamente em campos cultivados nas regiões de altitude do sul do Brasil, chegando a ser considerada daninha, porém é desde os tempos remotos utilizada pela medicina popular por via oral em doenças do fígado, como icterícia, hepatite e intoxicações, principalmente aquelas causadas por cogumelos não comestíveis, substancias químicas tóxicas, drogas e álcool, por isso é também usada como regeneradora das células hepáticas em casos de cirrose, é um bom estimulante do fluxo biliar (A bílis, ou bile, é um fluido produzido pelo fígado que se armazena na vesícula biliar. Ela atua na digestão de gorduras e na absorção de substâncias nutritivas da dieta ao passarem pelo intestino.), é usado também como espasmolítico (alivia espasmos, contrações, cólicas). 
Segundo a literatura etnofarmacológica, a tintura das sementes do cardo é aplicada em tratamento de problemas urinários, biliares e uterinos, sendo que o seu uso deve ser feito somente mediante orientação médica. 
Ensaios farmacológicos realizados com o cardo-mariano demonstram também um efeito benéfico sobre o aparelho cardiovascular (sangue, coração e vasos sanguíneos), uma forte ação hepatoprotetora (fígado) atribuída a silimarina*. 
Resultados de análise fitoquímica desta planta mostram também a presença de esteróides e ácido fumárico na parte aérea e, além da silimarina, vários flavonóides e cerca de 30% de óleo fixo nas sementes.

*silimarina é um complexo ativo constituído de uma mistura de 3 silibinas que são flavonolignanas existentes em suas sementes em concentração de até 3% mas inexistentes nas outras partes da planta.

Atenção: Doses excessivas de chá podem causar queimaduras nas mucosas das vias digestivas, vômitos e diarréias. Evitar o uso em problemas renais, úlcera, gastrite e hipertensão. As sementes só podem ser utilizadas segundo prescrição médica. Pode ser tóxica pois tem possibilidade de acumular muito nitrato nas folhas.
O uso das sementes pode elevar a pressão arterial. Seus efeitos colaterais são: náuseas, problemas estomacais e diarréias leves.
Não é recomendado o uso por crianças.

Como usar:
Tintura das sementes: Males da uretra e útero , hemorróidas e problemas de fígado
Vinho: 20g de folha e 5g de cravo-da-índia(macerados) em 1 litro de vinho branco, durante 5 dias; Coar e tomar 1 cálice após as refeições
Chá das folhas: Ingerida 8 dias antes de uma viagem, evita o enjôo;
Decocção das folhas: Ferver por 5 minutos, 2 colheres (sopa) de folhas em ½ litro de água, tomar em pequenos goles. Favorece a digestão de alimentos ricos em gordura.
Decocção de aquênios: 20 g em um litro de água, ferver por 8 minutos, tomar durante o dia.

As folhas novas sem espinhos podem ser utilizadas como saladas e as raízes e os capítulos podem ser consumidos após cozidos em água.



O cardo-mariano é uma planta herbácea bianual, ereta, espinhenta de 40 a 140cm de altura, tem folhas simples de cor verde-acinzentada com manchas brancas ao longo das nervuras, e margens onduladas e orladas de espinhos e cilios, de 15 a 25cm de comprimento. Flores purpúreas, reunidas em capítulos hemisféricos solitários e terminais, com brácteas terminadas em espinho.


Cardo-mariano no horto da AFFESC

Referência Bibliográfica
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 169

sábado, 14 de junho de 2014

Vinagreira

Vinagreira é um dos nomes populares do Hibiscus sabdariffa L. Planta arbustiva perene de até 3 metro de altura e pertence a Família Malvaceae.
Este hibisco não é o hibisco de jardim, conhecido popularmente como hibisco-da-china ou rosa-sinensis que possuem cor vermelha ou rosa. As flores do sabdariffa podem ser amarelo-pálidas, rosa-arroxeadas ou púrpuras. Os cálices se apresentam roxos avermelhados e carnosos e recobrem os frutos ovais onde estão as sementes.
Seus nomes mais populares são: hibisco, vinagreira, hibiscus, rosela, groselha, azedinha.

A vinagreira é originária da África e da Ásia e  adaptada ao nosso clima, suportando bem as temperaturas superiores a 21ºC, por isso desenvolve-se bem na Região Nordeste do Brasil.
Para obter bons frutos é necessário um solo bem drenado, profundo e com grande teor de matéria orgânica.
Os cálices da planta devem ser colhidos enquanto ainda jovens, tenros e suculentos, aproximadamente 10 dias antes do aparecimento das flores.

A planta é muito rica e versátil. 
As sementes possuem óleo e proteína.
Suas folhas tem vitaminas A e B1, aminoácidos e sais minerais. Podem ser consumidas em saladas cruas quando jovens e quando mais velhas podem ser usadas em sopas, juntamente com grãos como feijão ou cereais como arroz e ainda como refogados.
O sabor azedo do cálice vermelho é devido a presença de ácidos cítricos, tartárico, hibístico e málico. A vinagreira é muito usada na culinária para a fabricação de  vinhos e vinagres, sucos, doces, picles e geléias, também no preparo de chás.

Para sucos usa-se os cálices crus ou cozidos triturados no liquidificador juntamente com água, coado e adoçado à gosto.
Para geléias ou doces os cálices são cozidos com ou sem açucar
Para os chás os cálices devem ser secos à sombra ou usado in natura

O chá do cálice da flor contém:
Consideráveis quantidades de polissacarídeos e elevada concentração de flavonóides (protetores contra os radicais livres). 
É rico em cálcio, magnésio, ferro e vitaminas A e C.
O hibiscus contém também fitoquímicos, altos teores de antocianinas, ácido tartárico, málico, cítrico e hibístico, fitosteróis, além de boa quantidade de fibras alimentares.

O chá de hibiscus tem a fama de emagrecedor, porque como o chá verde, ajuda a estimular o metabolismo, tem ação digestiva e diurética,  e auxilia na redução do colesterol ruim. Pode também contribuir para reduzir as taxas de glicose totais no sangue e lipídios, prevenindo o surgimento do diabetes tipo 2.

Uso do Hibiscus sabdariffa na medicina popular:
- anti-espasmódico,
- anti-inflamatório,
- redutor da hipertensão, 
-  é um antioxidante natural (combate ao envelhecimento) devido à presença de antocianina, classe dos flavonóides responsáveis pelo potencial antioxidante das frutas vermelhas.
- afrodisíaco, 
-diurético,
- laxante suave 
- auxiliar nas dietas de emagrecimento.
- problemas respiratórios, bronquites, gripes e resfriados,
- tratamento de  gastrite 
- afecções da pele.
- o chá  ajuda a diminuir a retenção de líquidos, uma das responsáveis pela formação e agravamento da celulite

Melhores benefícios dos fitoquímicos desta planta, podem ser obtidos ao consumir os cálices das plantas cultivadas sem aditivos químicos, pois a quantidade fitoquímica produzida está associada ao stress sofrido pela planta. Portanto, vegetais orgânicos - por serem menos protegidos - podem conter maiores quantidades desses fitoquímicos que tem poder de prevenção de doenças como é o câncer. 

As flores do Hibiscus sabdariffa são ricas em mucilagem, uma mistura complexa de polissacarídeos que se transforma numa fibra gelatinosa quando a água é adicionada por isso a facilidade de se transformar em geléia. (ver receita da geléia na postagem dia do limão).

A vinagreira é um ingrediente essencial para o preparo do cuxá, um molho da culinária maranhense, feito com gengibre, camarão seco, farinha de mandioca seca e pimenta do reino e costuma acompanhar o arroz de cuxá que é cozido em água e sal.


Nosso plantio de Hibiscus sabdariffa.








Geléia de Hibiscus

Chá de Hibiscus


sábado, 7 de junho de 2014

Colheita do Açafrão

No dia 05 de Junho, dia do Meio Ambiente, nós do Grupo Quinta das Plantas homenageamos esse dia usufruindo com muito respeito e gratidão da nossa Mãe Natureza, realizamos a colheita da sagrada curcuma, o nosso açafrão da terra.


Canteiro de curcuma
Grupo reunido antes da colheita
Mãos à obra
Sagrado açafrão retirado da terra
Mãos cheias e felizes
Mãos na terra
Colheita
Vibração pelo dia do Meio Ambiente

AÇAFRÃO DA TERRA

NOME BOTÂNICO: Curcuma longa L.

FAMÍLIA BOTÂNICA: Zingiberiaceae

SINONÍMIA: Açafrão-da-terra, açafroeiro-da-índia, cúrcuma, curcumã, batatinha-amarela, gengibre-dourada, mangarataia.

HABITAT: Espécie tropical alóctone, originária da Índia e da ilha de Java onde ocorre em campinas de montanha, e introduzida há alguns séculos no Brasil, crescendo subespontaneamente em áreas aluviais e ruderais.

SOLO: Prefere solos virgens, de mata, ou então os areno-argilosos, profundos, bem drenados e soltos. O pH do solo deve estar em torno de 6,5. Solos compactos ou pesados, retardam a rizomatização e dão origem à rizomas tortos e escabrosos. Para melhorar a aeração e a textura do solo, utiliza-se cinza de casca de arroz, adubação orgânica e/ou areia.

CLIMA: Cresce espontaneamente em altitudes das regiões tropicais, onde o clima é temperado e úmido, e as estações são bem definidas. Por ser uma planta rústica, tolera climas mais quentes, mas não causticantes. Sob fortes insolações a planta reduz o crescimento e ostenta uma coloração verde-pálido. A planta é muito sequiosa por chuva. Períodos de estiagem retardam ou paralisam o crescimento da planta.

AGROLOGIA·
· Propagação: rizomas novos, plantados inteiros ou em segmentos com pelo menos dois meristemas. Uma planta matriz gera cerca de 10 rizomas-semente. A brotação dos rizomas para plantio inicia em setembro.
· Substrato: a muda pode ser produzida em areia, vermiculita ou outro material poroso. Manter o substrato úmido. O plantio direto do rizoma a campo resulta em atraso na emergência e desuniformidade no estande.
· Aclimatação: cobre-se o viveiro de mudas com sombrite 50%.
· Plantio: outubro. O tranplante é feito quando a muda atinge 20 a 25cm de altura.
· Nutrição: a planta é nitrófila, sendo que os sintomas de deficiência de nitrogênio podem aparecer a partir do terceiro mês após o cultivo.
· Doença: o fungo da antracnose (Colletotrichum curcuma) causa lesões necróticas nas folhas, iniciando pelas mais velhas.
· Colheita: inicia após o secamento das folhas, ou seja, 9 a 10 meses de ciclo. Normalmente ocorre em meados de julho, coincidindo com a senescência completa da parte aérea. A retirada dos rizomas do solo deve ser cuidadosa a fim de se evitar cortes e rompimento excessivo do rizoma. Rizomas colhidos tardiamente tornam-se duros e fibrosos.
· Rendimento: 1,1kg de rizomas por planta. Em cultivos comerciais bem conduzidos, é possível obter-se até 9t/ha de rizomas (182).
· Pós-colheita: os rizomas velhos são utilizados para novo plantio. Os novos são lavados em água potável, são retiradas as raízes laterais, cortados em rodelas, desidratados e moídos. O pó deve ser conservado prerencialmente em recipientes de vidro escuro, para evitar a degradação (fotólise) dos pigmentos e metabólitos aromáticos.

PARTES UTILIZADAS: Rizomas

FITOQUÍMICA: Curcumina, cineol, felandreno e corantes naturais (93).

PROPRIEDADES ETNOTERAPÊUTICAS: É colerética (133), colagoga, hipoglicemiante (261), resolutiva, diurética, excitante, cordial, estomáquica, antidiarréica, antiescorbútica, antiespasmódica, emenagoga (445), litotríptica, cicatrizante de feridas (93) e antioxidante.

INDICAÇÕES: Indicada para amenorréia, dismenorréia, distensões abdominais e peitorais, reumatalgias (445), hepatite, sarampo, má circulação, hematêmese, epistaxia e hematuria. Micoses de pele podem ser combatidas esfregando-se o rizoma sobre a parte afetada (1)

FORMAS DE USO: Geral: 3 a 9g/xícara, em decocção (445).
· Infusão: 1 colher das de café de cúrcuma em pó em 1 xícara das de chá de água quente. Abafar e filtrar. Tomar 2 vezes ao dia.
· Corante: adicionar 20g do açafrão em pó em 100ml de água filtrada ou destilada. Agitar e deixar sedimentar. Eliminar a água. Repetir por três vezes. Secar em estufa ou em forno o sedimento final, não passando de 100oC. Após seco, o pó é macerado em álcool de cereais por 7 dias. Filtrar e usar a solução para colorir alimentos e bebidas (294).

TOXICOLOGIA: Em doses altas pode causar embriaguez, sono e delírio (93).

OUTRAS PROPRIEDADES:
· O sabor é levemente pungente e amargo. Ao ser cozido, os rizomas exalam um forte aroma que lembra casca descascada de laranja doce e gengibre.
· É utilizada em culinária e na indústria alimentícia como condimento, corante natural e aromatizante.
· É o principal componente do “curry”- condimento indiano.
· Os corantes naturais são utilizados em tinturaria e para colorir ungüentos e óleos medicinais.
· Os rizomas são comestíveis e fornecem fécula comparável à da araruta e da mandioca.
· Ao ser desidratada e moída, o pó da cúrcuma não deve ser armazenado em recipientes plásticos, sobretudo sacos plásticos, pois os princípios ativos reagem com o material, o qual adquire consistência pegajosa.

* Informações extraídas de material de pesquisa de Amaury Junior, engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).


Curiosidade:
O Aché é uma empresa brasileira, com mais de 45 anos de atuação no mercado farmacêutico e lançou MOTORE, um fitomedicamento destinado ao tratamento de osteoartrite e artrite reumatóide.
O produto é um extrato padronizado e concentrado da Curcuma longa L, conhecida popularmente por açafrão da terra, cuja ação é anti-inflamatória e antioxidante de longo prazo.
Motore tem como princípio ativo a curcumina, agente corante amarelo característico da raiz do açafrão da terra, sendo que seu extrato seco contém um conjunto de substâncias (chamados curcuminoides) que inibem a dor e inflamação.
Este é o primeiro medicamento fitoterápico no país que utiliza o extrato padronizado e concentrado da curcumina em sua formulação, o que garante eficácia no combate a inflamação com poucas reações adversas. Com isso, Motore torna-se uma opção terapêutica eficaz e segura para Ortopedistas e Reumatologistas.
Princípio ativo: Extrato seco de curcuma longa (equivalente a 50 mg de curcuminoides). Excipientes: polissacarídeos de soja, fosfato de cálcio dibásico, hiprolose, croscarmelose sódica, povidona, dióxido de silício, talco e estearato de magnésio.
Indicação: Motore é um medicamento fitoterápico destinado ao tratamento da osteoartrite e artrite reumatóide, e tem ação anti-inflamatória e antioxidante.

Obs: O consumo diário de pequenas doses de açafrão em pó ou pedaços da raiz na alimentação são preventivos e curativos tanto quanto o medicamento produzido em laboratório.




Dia do Limão

Devido á grande produção de limões dos nossos limoeiros aqui na AFFESC, o grupo Quinta das Plantas realizou no dia 29 de maio, o Dia do Limão.
Nesse dia aprendemos com a Chef Cléa Bregue a fazer geléia/doce de cenoura com limão, geléia de hibiscus, pectina de maracujá e doce de maracujá.
Aprendemos também com a Édina, que é coordenadora do grupo, como fazer sabão com óleo de cozinha usado e limão.


RECEITAS DO DIA DO LIMÃO

Pectina de Maracujá
Cortar os maracujás maduros ao meio e retirar a pele interna e as sementes, separar.
Colocar as cascas cozinhar em água até amolecer bem a parte interna
A água resultante desse cozimento é a pectina que pode ser armazenada em geladeira por até 6 meses em embalagens bem fechadas.

Para o doce de maracujá foi retirado com colher a "massa" interna da casca cozida, misturada ao suco de maracujá sem sementes (peneirado e não batido em liquidificador), adicionado um pouco de água do cozimento (pectina), 200g de açucar demerara e 50g de açucar branco. Em uma panela, essa mistura foi cozida até dar ponto de doce de corte.

Pectina o que é?
A pectina é um polissacarídeo. Substância presente em pequenas quantidades nas frutas cítricas, pêra, pêssego e maçã. Possui um importante poder geleificante. Utiliza-se a pectina para dar liga às geleias, compotas, sorvetes, recheios de chocolate, sucos de frutas e em alguns tipos de medicamentos.
A pectina é muito importante para a digestão, pois facilita a síntese de proteínas e lipídios e regula a absorção de carboidratos pelo organismo, além disso, a pectina também é capaz de diminuir a sensação de fome, o que faz com que o indivíduo consuma menos calorias, diminuindo as níveis de colesterol e triglicérides no organismo. Devido a tais propriedades, muitas pessoas introduzem à dieta a farinha da casca do maracujá e a parte branca da laranja triturada e fervida, importante fontes de pectina.

Doce de cenoura e limão

Cenoura
Limão (10% do peso da cenoura)
Açúcar 1:1 (1kg de açúcar para cada kg de massa)
Pectina (0,5%) opcional
Lavar e ralar as cenouras
Cortar os limões sem casca em tiras ou rodelas e repicar ou fazer o suco 
Cozinhar as cenouras em pouco de água até ficar transparente
Acrescentar os limões e deixar ferver por 15 minutos
Pesar o açúcar e dividir em 3 partes
Acrescentar uma das 3 partes do açúcar e deixar ferver por 10 minutos, acrescentar a segunda parte do açucar e ferver por mais 10 minutos e acrescentar a última parte do açúcar.
Deixar ferver mais um pouco e adicionar o ácido citrico e a pectina
Ferver até o ponto

Geléia de Hibiscus sabdariffa, conhecido como vinagreira, groselha, hibisco, rosela
1 kg de cálices dos hibiscos (parte de cor arroxeada que envolve a semente e flor) lavados
2 xícaras (500ml) de água
2 1/2 xícaras (500g) de açúcar
Em panela grande ferva os hibiscos com água até os cálices se desfazerem
Em fogo baixo acrescente o açúcar e deixe ferver, mexendo até dar ponto.


A geléia passada na peneira pode ser servida com carnes ou decorar pratos.

Obs: Para saber o ponto de doce ou geléia, coloca-se um pouco de água em um prato e derrama um pingo do doce, se ele não escorrer está no ponto, ou então deixa desgrudar do fundo da panela.


Preparação do sabão com óleo de cozinha usado e limão
Limões colhidos na AFFESC
Preparação da pectina do maracuja
Hibiscus sabdariffa
Cozimento dos cálices do Hibiscus
Chef Cléa
Geléia de Hibiscus sabdariffa
Preparação do doce de cenoura com limão
Doce de Cenoura com Limão
Doce de Cenoura com Limão
Preparação do doce de maracujá
Doce de Maracujá


Nome Popular: Limão
Nome Botânico: Citrus Limonium
Família Botânica: Rutáceas

Citrus, em latim, quer dizer limão. Daí todas as frutas cítricas serem parentes etimológicas do limão. Isso mesmo, o limão é a mais cítrica das frutas da sua família: é o pai de todas!!!
Milenar, a grande maioria dos frutos cítricos tem origem da Ásia, de regiões compreendidas entre a Índia e o sudeste do Himalaia.
É importante ressaltar que todas as propriedades terapêuticas do limão se integram alquimicamente e resultam no benefício geral à saúde humana.
Além de alcalinizante, mineralizante, bactericida e tantas outras funções benéficas à saúde humana, outra propriedade terapêutica importantíssima do limão é a de ser um agente desintoxicante com ação, "moderada" e "inteligente". Ou seja, o poder do limão de alcalinizar todos os líquidos corporais, e assim harmonizar todo o metabolismo do organismo humano, é que lhe confere essa possibilidade de "inteligência" e "moderação" na comunicação celular.
O limão REGULA o intestino, esteja ele solto ou preso

O poder desintoxicante do limão não se restringe aos intestinos,  ele é um forte aliado também do bom funcionamento do fígado; como também auxilia na desintoxicação dos pulmões, pele e rins.
O limão tem o poder de alcalinizar todos os líquidos corporais, ou seja, a harmonização de todos os sistemas de trocas e transportes do corpo humano.
Portanto, quando o limão favorece a maior eficiência das trocas hídricas de todos os processos metabólicos, gera uma eficiência do organismo, com todos os seus sistemas excretores integrados, ativos e vivos, para desintoxicar-se e livrar-se, o mais rápida e eficientemente, dos seus venenos, toxinas e excretos.
Assim, desfaz-se um engano gerado por um dito popular: "o limão afina o sangue". Apesar de esse dito nos induzir a pensar que isso é ruim, ele tem um fundo muito benéfico de verdadeiro. O que falta para acertar esse engano é afirmar que: "o limão, desde que corretamente usado - não com caipirinhas -, desintoxica e limpa o sangue".
Claro que se o sangue estava cheio de colesterol e triglicérides, ele vai afinar o sangue. Mas até que ponto? Até o ponto em que o sangue ficará isento desses excessos e voltará "inteligentemente" até o seu ponto ideal de equilíbrio.
Com essa "limpeza" do excesso de colesterol e triglicérides, as pessoas poderão controlar de forma natural a hipertensão e outros problemas cardiovasculares.
Da mesma forma, o excesso de glicose, de adrenalina, de cortisol, de cristais e de células mutantes poderá ser eliminado pelos, cada vez mais eficientes, órgãos excretores.
Ao eliminar excessos de glicose, pode-se conseguir um melhor controle da diabetes e da hipoglicemia. Ao eliminar excessos de adrenalina, pode-se conseguir melhora do estresse e da ansiedade, e mais relaxamento. Ao eliminar o excesso de cortisóis, pode-se melhorar quadros de melancolia, tristeza, depressão e envelhecimento precoce.
E, aqui, a expressão adstringente pode também ser empregada, pois, ao não deixar aglomerados de gorduras, como o colesterol e o triglicérides, de cristais, como o ácido úrico, os cálculos renais ou vesicais, e de células, como os cistos, miomas e tumores, se perpetuarem, o limão passa a ter parte do mérito por essa propriedade terapêutica.
O consumo diário de uma limonada terapêutica pode ser um bom tratamento natural para prevenir e até adiar o desenvolvimento de cálculos renais. O limão com suas propriedades adstringentes, portanto, ajuda na dissolução de (ou inviabiliza) aglomerados de cristais e células gordurosas.
Externamente, essa sua propriedade já está bem conhecida e explorada, pois a medicina estética já o considera excelente para tratar problemas de pele e de couro cabeludo oleosos.
Quanto aos sucos desintoxicantes, eles devem sempre conter frutas, folhas, raízes, sementes, brotos e limão como um ingrediente quase cativo em todas as receitas. Tais ingredientes, para cumprirem o papel a que se destinam, ou seja, acordar a vida e aliviar a carga tóxica do organismo, devem estar frescos, crus e idealmente isentos de agrotóxicos.
Através dos sucos desintoxicantes diários, 2 ou mais vezes por dia, se tornará possível a manutenção de um organismo eficientemente limpo e alcalinizado.


Em todo o Brasil, o limão é um fruto fácil de ser encontrado, pois é gerado durante todo o ano, nas suas diversas variedades, embora seja mais produtivo de dezembro a maio.
Existem cerca de 70 variedades de limão em todo o mundo, porém as mais conhecidas por nós, brasileiros, são:

Limão Tahiti: é um híbrido da lima da Pérsia com o limão cravo, por isso não possui sementes, é robusto, de formato arredondado, casca lisa e verde, polpa esbranquiçada, muito suculenta e de qualidade menos ácida.

Limão Siciliano: é o limão verdadeiro, o original. Seu cultivo é abundante, basicamente, em áreas de climas mais frios ou subtropicais.
Maior e mais alongado, terminando com duas extremidades proeminentes, é de cor amarela, casca grossa, abundante e levemente rugosa, portanto menos suculento.
É uma variedade bem apropriada - pelo seu elevado percentual de casca - para a fabricação do óleo essencial (OE) de limão, de pectina e de farinha.


Limão Galego: é um fruto redondo, pequeno e muito suculento. Apresenta casca fina e lisa, de cor verde ou amarela-clara, possui sementes, a polpa é rica em suco de sabor ácido, porém agradável.
Bastante comum nos quintais do nordeste e centro-oeste brasileiros. A planta produz muito o ano inteiro.

Limão Cravo: variedade bem rústica, conhecido por vários nomes regionais: limão rosa, limão capeta, limão vinagre, etc. Disseminado pelos passarinhos é comum de ser encontrado no campo e em quintais do interior brasileiro. Parecido com uma tangerina, por ter a casca levemente solta da polpa, além de casca e polpa na cor laranja-avermelhado.
Tem sabor e aroma bem característicos, abundante em sementes e suco ácido, por ser a variedade com menor teor de frutose.
Cientistas começam a estudar o óleo essencial extraído da casca deste limão, que até o momento, apresenta propriedades terapêuticas acima da média, quando comparado às outras variedades.

Uma vez que todas essas variedades de limão contêm entre 5 a 7% de ácido cítrico em seu suco fresco, todas podem perfeitamente ser consumidas ou usadas no preparo de alimentos e produtos terapêuticos.
O mais importante é que o fruto esteja maduro ou da estação, e tenha sido colhido na região onde a pessoa vive. A planta colhida na sua região é a mais terapêutica de todas. 

Adaptei esse texto do 
fantástico blog DOCE LIMÃO da Conceição Trucom. 
Confiram no link acima as maravilhas sobre o limão.