segunda-feira, 23 de junho de 2014

Cardo-mariano

Nome Botânico: Silybum marianum (L.) Gaertn ou Carduus marianus L. (Sinonímia)
Família Botânica: Asteraceae (Compositae)

O cardo-mariano é também conhecido popularmente por cardo-santo, serralha-de-folhas-pintadas, cardo-de-nossa-senhora, entre outros.
É uma planta originária da Europa e da Ásia e nasce espontaneamente em campos cultivados nas regiões de altitude do sul do Brasil, chegando a ser considerada daninha, porém é desde os tempos remotos utilizada pela medicina popular por via oral em doenças do fígado, como icterícia, hepatite e intoxicações, principalmente aquelas causadas por cogumelos não comestíveis, substancias químicas tóxicas, drogas e álcool, por isso é também usada como regeneradora das células hepáticas em casos de cirrose, é um bom estimulante do fluxo biliar (A bílis, ou bile, é um fluido produzido pelo fígado que se armazena na vesícula biliar. Ela atua na digestão de gorduras e na absorção de substâncias nutritivas da dieta ao passarem pelo intestino.), é usado também como espasmolítico (alivia espasmos, contrações, cólicas). 
Segundo a literatura etnofarmacológica, a tintura das sementes do cardo é aplicada em tratamento de problemas urinários, biliares e uterinos, sendo que o seu uso deve ser feito somente mediante orientação médica. 
Ensaios farmacológicos realizados com o cardo-mariano demonstram também um efeito benéfico sobre o aparelho cardiovascular (sangue, coração e vasos sanguíneos), uma forte ação hepatoprotetora (fígado) atribuída a silimarina*. 
Resultados de análise fitoquímica desta planta mostram também a presença de esteróides e ácido fumárico na parte aérea e, além da silimarina, vários flavonóides e cerca de 30% de óleo fixo nas sementes.

*silimarina é um complexo ativo constituído de uma mistura de 3 silibinas que são flavonolignanas existentes em suas sementes em concentração de até 3% mas inexistentes nas outras partes da planta.

Atenção: Doses excessivas de chá podem causar queimaduras nas mucosas das vias digestivas, vômitos e diarréias. Evitar o uso em problemas renais, úlcera, gastrite e hipertensão. As sementes só podem ser utilizadas segundo prescrição médica. Pode ser tóxica pois tem possibilidade de acumular muito nitrato nas folhas.
O uso das sementes pode elevar a pressão arterial. Seus efeitos colaterais são: náuseas, problemas estomacais e diarréias leves.
Não é recomendado o uso por crianças.

Como usar:
Tintura das sementes: Males da uretra e útero , hemorróidas e problemas de fígado
Vinho: 20g de folha e 5g de cravo-da-índia(macerados) em 1 litro de vinho branco, durante 5 dias; Coar e tomar 1 cálice após as refeições
Chá das folhas: Ingerida 8 dias antes de uma viagem, evita o enjôo;
Decocção das folhas: Ferver por 5 minutos, 2 colheres (sopa) de folhas em ½ litro de água, tomar em pequenos goles. Favorece a digestão de alimentos ricos em gordura.
Decocção de aquênios: 20 g em um litro de água, ferver por 8 minutos, tomar durante o dia.

As folhas novas sem espinhos podem ser utilizadas como saladas e as raízes e os capítulos podem ser consumidos após cozidos em água.



O cardo-mariano é uma planta herbácea bianual, ereta, espinhenta de 40 a 140cm de altura, tem folhas simples de cor verde-acinzentada com manchas brancas ao longo das nervuras, e margens onduladas e orladas de espinhos e cilios, de 15 a 25cm de comprimento. Flores purpúreas, reunidas em capítulos hemisféricos solitários e terminais, com brácteas terminadas em espinho.


Cardo-mariano no horto da AFFESC

Referência Bibliográfica
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2002. p. 169