quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Erva Baleeira


A Erva Baleeira é uma planta genuinamente brasileira, típica da Mata Atlântica, muito encontrada nas regiões litorâneas do sudeste e sul do País.

Até a pouco tempo a erva trazia o nome botânico de Cordia verbenacea, porém atualmente ela é denominada de Varronia curassavica Jack, tendo ainda outras sinonímias como Varronia verbenacea (DC.) Borhidi, Cordia curassavica auctt. bras. ex Fresen e Cordia salicina DC.

É uma planta da Familia das Boraginaceae, sendo um arbusto perene, muito ramificado e aromático. Suas inflorescências se apresentam terminais com pequenas flores brancas e os frutos são cariopses esféricas e vermelhas.
Essa planta tem vários nomes populares como: Erva-balieira, maria-milagrosa, caramona, erva-baleeira, erva-preta, maria-preta, catinga-de-barão, mijo-de-grilo, milho-de-grilo, salicina, cheiro-de-tempêro, etc.

Aqui na ilha encontramos muitas plantas pelas trilhas nos costões e praias. Contam os pescadores que o nome baleeira é porque ao sairem para o mar com suas embarcações chamadas baleeiras, muitas vezes se machucavam batendo-se na própria embarcação com o balanço das ondas e então esfregavam as folhas dessa erva no local da batida e segundo eles era alivio instantâneo.
O nome cheiro-de-tempêro dado por alguns é devido ao uso dessa erva na culinária, o cheiro se assemelha a um caldo de galinha e é usado para temperar caldos e molhos.
Os frutos são atrativos de pássaros.

A erva baleeira é comprovadamente um ótimo antiinflamatório, além de ser cicatrizante, analgésica, diurética, tônica, antiartrítica e antiulcerogênica. É usada também para gota, dores musculares e da coluna, reumatismo, artrite reumatóide, prostatites, nevralgias e contusões e também para feridas externas e úlceras. O chá em infusão melhora os sintomas dispépticos e aumenta a diurese.

Popularmente a planta é usada também em forma de cataplasmas, tintura ou alcoolatura, as pastorais da saúde também produzem cremes e pomadas de uso externo.
Temos hoje também disponível no mercado um creme de erva baleeira chamado Acheflan, de uso tópico com propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, idealizada por um dos proprietários dos Laboratórios Aché, Victor Siaulys (falecido em 2009) que em passeio no litoral e distante de qualquer farmácia, sentindo muitas dores musculares foi medicado por um morador local que lhe aplicou a tal erva-baleeira e o resultado foi rápido, a dor passou e o empresário iniciou o trabalho de produzir uma pomada com essa erva nativa, O Acheflan foi desenvolvido e patenteado pela empresa farmacêutica Aché, tendo como pesquisadores e criadores o farmacêutico e doutor em Tecnologia Farmacêutica, Luiz Pianowski, proprietário do Kyolab, um laboratório de desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos e sintéticos, com sede em Valinhos, interior de São Paulo.e os dois parceiros e colegas farmacologistas Dagoberto de Castro Brandão e João Batista Calixto, da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.

Há na natureza uma ou outra espécie semelhante à erva baleeira, é a Cordia monosperma, chamada aqui na ilha de Trinca-Trinca, que é usada popularmente como antiinflamatória em banho de assento para a cura de hemorróidas.