domingo, 8 de setembro de 2013

Sal Verde


Santa Catarina é uma terra de maravilhosos contrastes: com ilhas, mar, águas quentes e até neve. Essa terra, porém, guarda outras riquezas, e uma delas está a 90km da Capital Florianópolis, na cidade de Itajaí, guardada no Banco de Germoplasma, uma área de 5.000m2, onde a EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, mantém mais de 1.000 espécies de plantas.

“Um arsenal de plantas que poderão tratar pelo menos 200 doenças já conhecidas”- palavras de Amaury Jr. Engenheiro Agrônomo da EPAGRI, que acrescenta: “E nesse arsenal tem novidades para os hipertensos, portadores de doenças cardíacas e renais. Está saindo do forno a pesquisa que poderá revolucionar os hábitos alimentares e a saúde do brasileiro. Galhinhos secos, depois de triturados, se transformam em pó. É uma planta que pode substituir o sal de cozinha”.

A planta é um sal que nasce da terra, é rara e de origem européia. A espécie, naturalmente salgada, é uma halófita, tolera muito bem os ambientes salgados. A planta foi encontrada onde o mar e o rio Aririú se encontram, em Palhoça, na Grande Florianópolis, pela bióloga e dona da Empresa Harmonia Natural de Canelinha, especialista em plantas medicinais, Cecilia Cipriano Osaida, conhecida como Ciça, que está sempre em busca de novas espécies para descobrir seus potenciais bioativos.

A planta sal é a Sarcocornia ambigua, da Familia Amaranthaceae, também conhecida como salicórnia, aspargo do mar oue sal verde. Na Europa é muito cultivada, especialmente em Portugal e o maior consumidor é a França, utilizando-a em sofisticados pratos da culinária local.

Por enquanto, a Sarcocornia não está disponível no mercado, pois antes é preciso descobrir como reproduzir a planta e em que tipos de ambiente ela se adapta. Para ser lançada no mercado, é preciso volume de produção, explica a gerente da empresa Harmonia Natural, Caroline Osaida.


Sal rico em clorofila


Conforme a bióloga, para se transformar em sal verde, totalmente orgânico e sem nenhum processo industrial, a planta precisa ser desidratada. Depois, seus galhos secos são triturados e se transformam em um pó. Ciça explica que o sal pode ser usado com a cor natural, verde, ou branco, que passa por outro processo para a retirada da clorofila. Porém, ela enfatiza que a clorofila é a grande fonte da juventude.
- Esse sal não tem cloreto de sódio, que hoje é o grande vilão da saúde. As pessoas estão perdendo a sensibilidade no sabor. Por isso, usam cada vez mais sal na comida. Conheço crianças que têm problema de hipertensão aos oitos anos de idade! Fico preocupada, pois temos uma grande riqueza em nossas mãos, mas essas plantas estão morrendo, pois não se preserva o que não se conhece.
Somos a maior biodiversidade do mundo e o país que menos usa plantas medicinais. Não há incentivo financeiro para uma área que está em ascensão. Nosso maior gargalo da cadeia é a produção. Quem vai plantar?
Atualmente, a especialista em plantas medicinais capacita médicos, enfermeiros, dentistas e veterinários para o uso da fitoterapia, que está sendo oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Há também produção artesanal de óleos essenciais, sabonetes e cremes.

Planta do Bem


As principais atividades da planta sal são:

- Evita a hipertensão
- Imunoestimulante - atua no sistema imunológico do organismo seja mais fortalecido
- Antioxidante - controla radicais livres (que provocam tumores e envelhecimento precoce)
- Antitumoral - protege de tumores (anomalias celulares)
- Hipolipêmica - baixa o nível de colesterol
- Antidiabética - controla o açúcar do sangue
- Antiartrítica - evita artrite - inflamações crônicas das articulações
- Antituberculítica - controla a doença da Tuberculose
- Antileucêmica - controla a leucemia
- Antitrombótica - evita coágulos no sistema vascular
- Anti-inflamatória - controla as inflamações
- Antireumática - evita reumatismos.