sábado, 14 de setembro de 2013

Hipérico


Nome científico: Hypericum perforatum

Familia: Hipericaceae

Nomes Populares: Erva-de-São-João, hipericão, milfurada, hibitipoca.

Origem: Europa, Ásia, norte da África e aclimatada nos Estados Unidos e outros países como o Brasil.


É um pequeno arbusto, que pode atingir cerca de 1 metro de altura. As folhas são dotadas de minúsculas glândulas translúcidas de óleo, que podem ser observadas colocando-se a folha contra a luz. As pequenas flores amarelo ouro são numerosas e possuem pequenos pontos pretos ao longo das margens das flores que contêm elevadas concentrações do pigmento vermelho hipericina.

No Brasil outras plantas são chamadas de Erva de São João: o mentrasto (Ageratum conyzoides) e o Cipó de São João (Pyrostegia venusta).

Antigamente, o hipérico era pendurado na porta de entrada e jogado no fogo em pleno verão como erva de proteção e purificação. Considerada capaz de afastar maus espíritos, foi utilizada no tratamento de inúmeras doenças mentais. Durante séculos essa planta foi também muito utilizada para cicatrizar feridas, úlceras de pele e queimaduras. Atualmente a planta é largamente testada na atividade antidepressiva, contra estados depressivos, ansiedade, insônia, dores nevrálgicas e ciáticas, tensão menstrual e, ainda, atividades antiviral, antibacteriana e fotossensibilizadora. 

Em alguns países da Europa, como na Alemanha, é mais prescrita (em até 10X mais) contra a distimia e depressão clínica leve ou moderada do que a Fluoxetina (antidepressivo químico mais usado mundialmente, comercializada antigamente com o mome de Prozac).

Pelos seus benefícios bastante comprovados e por não induzir dependência química medicamentosa, tem sido freqüentemente indicada como medicamento de transição na descontinuação de fármacos como, por exemplo, clozapina, fluoxetina, olanzapina, entre outros. Também é medicamento de primeira escolha em muitos quadros clínicos. Seu uso, nessas circunstâncias, permite prevenir ou, quando necessário, curar a drogadização medicamentosa.

Os ingredientes terapêuticos ativos na Erva de São João são a hipericina, a pseudohipericina e as xantonas, embora outros componentes possam apoiar a ação deles.

Ainda não está claro como a Erva de São João funciona no tratamento da depressão, mas o mais provável é que a hipericina e a hiperforina, funcionam de maneira similar a dos fármacos antidepressivos. Provavelmente eles ajudam a aumentar a quantidade de neurotransmissores do cérebro que afetam o humor, especialmente a dopamina e a serotonina, e a reduzir a atividade adrenérgica, que é elevada na depressão.

Mas a erva também tem efeitos colaterais. Entre eles, os mais comuns são a sensibilidade à luz (pode causar manchas escuras na pele), boca seca, irritações no estômago, tontura e cansaço.

É importante ter em mente que, assim como vários suplementos à base de ervas, a Erva de São João pode interagir ou afetar a eficácia de outros medicamentos. Uma pesquisa realizada pelo NIH (Instituto Nacional de Saúde dos EUA) mostra que a Erva de São João pode interagir com os alguns medicamentos:

a) alguns remédios usados para controlar a infecção do HIV (como o Indinavir);

b) alguns medicamentos contra o câncer ou quimioterápicos (como o Irinotecan)

c) reduz a eficácia de contraceptivos orais

d) Varfarina (fármaco do grupo dos anticoagulantes, que é usado na prevenção das tromboses).