segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Urucum: Algumas histórias e colheita

Quinta foi dia de compartilhar histórias e memórias pessoais sobre aplicação de ervas e outros recursos naturais para tratar os mais diversos males de saúde, o que habitualmente acontece quando as pessoas moram nas zonas rurais e não tem condições de ter acesso rápido aos tratamentos da medicina convencional. Os exemplos discutidos na reunião aconteciam e ainda ocorrem com muita frequência no país, afinal são muitos brasileiros que moram em zonas remotas sem a possibilidade de um tratamento convencional. 


OBS: Os tratamentos naturais, são válidos e muitas vezes se tratam de única opção, sendo bem administrados podem significar a diferença entre a vida e a morte para muitas pessoas, ainda assim gostaria de ratificar que não incentivamos o abandono ou a troca de medicamentos e tratamentos prescritos por profissionais da saúde convencional por tratamentos naturais sem a adequada orientação. 


Na roda de discussões foi citado também o Urucum, já que chegou o tempo de colheita do pé que temos aqui no horto medicinal do Quinta e o pessoal foi a campo e tingiu as mãos de vermelho!  Agora saiba um pouco mais sobre essa planta conhecida por muitos como colorau e amplamente usada na culinária para realçar a cor dos alimentos.

Fruto e sementes do urucum

Vivi dando orientações acerca do urucum

Nome científico: Bixa orellana L.


Outros nomes populares: açafrão-da-terra, açafroa, açafroeira-da-terra, achicote, achiote, achote, bija, bixa, colorau, orucu, tintória, urucu, urucu-ola-mata, urucuba, urucuzeiro.


Propriedades: antibiótica, hemostática, antiinflamatória, antioxidante, antipirética, cardiotônica, cicatrizante, depurativa, digestiva, expectorante


Indicações: afecções respiratórias, afecções cardiovasculares, afecções digestivas, hemorróidas, ferimentos, queimaduras, febre, inflamação.
O grupo durante a colheita do urucum


Partes Utilizadas: frutos, sementes, raízes e folhas

Contra-indicações/cuidados: gestantes e lactantes, diabéticos e pessoas com histórico de doenças hepáticas 


Usos terapêuticos mais conhecidos do urucum:

- folhas previamente machucadas: cura panos (infecção micótica): uso externo;
- sementes amassadas: aplicação tópica em queimaduras;
- pó das sementes maceradas: digestivo, laxante, expectorante, febrífugo, cardiotônico, hipotensor, antibiótico, anti-inflamatório para contusões e feridas, colesterol, sarna e piolho;
- fabricação de produtos bronzeadores e de proteção solar.
- infusão das folhas: bronquite, faringite, expectorante, inflamação dos olhos.

Todos envolvidos !


Mãos tingidas ao final do trabalho!



Índio Kayapó com pintura facial de semente de Urucum

Os nomes "urucum" ou "urucu" originam-se do tupi transliterado uru'ku, que significa "vermelho", numa referência à cor de seus frutos e sementes. É utilizado tradicionalmente pelos índios brasileiros (juntamente com o jenipapo, de coloração preta), como fonte de matéria prima para tinturas vermelhas, usadas para os mais diversos fins, entre eles, protetor da pele contra o sol e contra picadas de insetos; há também o simbolismo de agradecimento aos deuses pelas colheitas, pesca ou saúde do povo.