sábado, 2 de novembro de 2013

Espiral de Ervas

 As Espirais de Ervas viraram tendência da jardinagem e paisagismo, por causa da sua beleza,  funcionalidade e adequabilidade.

O formato da espiral é uma ótima opção para quem dispõe de pouco espaço em casa. A estrutura espiralada possibilita a criação de diversos microclimas em um pequeno espaço de terra, dando condições de cultivar plantas com necessidades variadas de luz, água e nutrientes em um só lugar.

O formato espiralado é um padrão freqüente na natureza, encontrado desde as pequenas conchas e até mesmo nas constelações, portanto as espirais respeitam as curvas naturais e estão de acordo com o movimento do universo.

Em geral elas têm de 1 a 1,6 metros de diâmetro e entre 0,6 a 1,3 metros de altura. O local de implantação deve ter solo nivelado e de acesso rápido e fácil, preferencialmente perto da porta da cozinha.

No topo da espiral onde o ambiente fica mais seco e recebe mais sol, pode-se plantar ervas mais resistentes, como alecrim, melissa, babosa, capim santo, alho, lavanda, arruda, artemísia, salsa, cebolinha, manjericão, pimenta e boldo do Chile.

No meio onde o percurso é curvo até a base, é um pouco mais sombreado e úmido é um ambiente ideal para malva, estragão, tomate, morangos, losna, cebolinha e salsa também.

Na base que termina no nível do solo e é bastante úmida e sombreada, pode-se ter até mesmo um laguinho e plantar espécies como a cavalinha, manjericão, poejo, arnica de jardim, tomilho, alfavaca, hortelã, coentro, gengibre, novalgina, entre outras.


A construção da nossa Espiral de Ervas

Nada mais próspero que o dia de Halloween, para as bruxas e magos do Quinta das Plantas construirem uma espiral de ervas. É claro que haviam poucos Merlins, somente 3 em meio a tantas Magas, Mins, Évoras e Morganas ( Só lembrando que a palavra “bruxa”, em sânscrito (Índia), quer dizer “mulher sábia” ou “sabedoria feminina”).

...e foi uma bela cantiga acompanhada de movimento circular, e um ritual em duplas que abrilhantou o início das atividades. Cantamos para curar, para encher de energias curativas a nossa construção, para que todos que dela se alimentem, absorvam o amor, a paz, a alegria e a saúde do corpo e da alma.


A bela canção:


Eu sou círculo
Eu curo você
Você é circulo
Você cura a mim
Unidos somos um
Unidos somos como um (comum)


Sob orientação da Bruxa Mor Denise, abrilhantada com a presença de seus queridos pais (Foto 1), foi iniciada a animada construção da espiral de ervas.

- Primeiro escolhemos o espaço e recolhemos pedras e pedaços de tijolos do terreno para usar depois como drenadores (Foto 2)

- Limpamos o terreno de possíveis lixos, preparando o espaço (Foto 3)

- Marcamos o centro da espiral com uma estaca. Escolhemos fazer a espiral com 90cm de altura, 1,20cm de largura e com espaço de 30cm dentro dos canteiros, pena que faltou tijolos, mas mesmo assim ficou muito bacana. (Foto 4)

- Para começar a marcação do círculo, medimos a largura desejada em um cordão, amarramos na estaca central e com um objeto de ponta no outro lado do cordão foi-se riscando o chão, a cada volta diminuindo o espaço que escolhemos deixar livre para os canteiros. Deixamos os canteiros com 30 cm, então a cada volta fomos diminuindo essa medida, até chegar ao centro da espiral. (Fotos 5 e 6)

- Começamos a espiral com a entrada voltada para sul e no sentido anti-horário, para favorecer a formação dos microclimas. (Foto 7)

- Levantamos a espiral com tijolos, começando com uma carreira e fomos aumentando até a altura desejada, (pode-se usar outros materiais, como: bambu, pedras, resto de obras, telhas, pneus, garrafas peti ou vidro, vale a criatividade de cada um e o material disponível). (Fotos 8 e 9)

- Forramos então, o fundo com papelão. O papel mantém a umidade da terra. Nunca usar jornal ou folhas escritas por causa da tinta que é tóxica. (Foto 10)

- Colocamos também os entulhos, pedras, recolhidos no quintal, sobre o papelão, na parte central da espiral. (Foto 11)

- Colocamos terra vermelha- moramos em uma ilha e aqui quase tudo é areia- até encher os espaços. Acrescentamos substrato (humus, composto orgânico) e cobrimos com palhas secas (cobertura morta) para manter a umidade da terra e evitar erosão. (Fotos 12 -13-14 e 15)
Dica: Pode-se cobrir com uma camada de resíduos de grama verde cortada ou outras folhas para fornecer nitrogênio antes de fazer a cobertura morta.

- Usamos tecnologia de ponta (madeira com ponta) para fazer os furos para plantar as ervas, abrindo espaço entre a palha seca, pois assim a planta não será sufocada e poderá receber luz e água, e ali plantamos nossas queridas ervas. Nossa espiral recebeu mudas de: babosa, alecrim, sálvia, hortelã, capuchinha, cavalinha, melissa, mil em ramas, manjerona, capim limão e beldroega). (Fotos 16-17-18-19)
Dica: Pode-se plantar também cravo-de-defunto (Tagetes minuta) para evitar a formação de nematóides nas raízes das ervas.
Pode-se colocar as mudinhas dentro de um tubinho de papelão de rolo de papel higiênico umedecido e plantar direto na cova feita com tecnologia de ponta, isso ajudará a manter mais tempo úmida e ao se decompor o papelão se transformará em composto.

- E finalmente, irrigamos a espiral com jatos finos de água e pronto, agora é só molhar regularmente e logo teremos ervas frescas para temperos ou um belo chá da tarde. (Foto 20 e 21).

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" Nesse ano, espalharei em meu peito sementes de girassol e cobrirei a cabeça com ervas aromáticas, para que a minha pele transpire luz e a minha boca profira perfumes. Não me privarei de suculentas alegrias e só darei a meu corpo o que empanturra o espírito". (Frei Betto in Sementes de Girassol).