terça-feira, 18 de março de 2014

Debate Soberania Alimentar




O encontro foi um sucesso, com mais de 50 participantes, numa tarde agradável e produtiva.

Contamos com a presença de Carmem Munarini, Cordenadora do MMC/SC (Movimento de Mulheres Camponesas de Santa Catarina), que mostrou um video explicativo sobre a história do movimento e a importância deste em âmbito nacional e regional, ao longo de 30 anos de caminhada.

Segundo Carmem, foi com a luta das mulheres que garantiram a aposentadoria e salário maternidade para as camponesas. Também foi através de muita luta que conseguiram ser reconhecidas profissionalmente como agricultoras.

Hoje o movimento é reconhecido pela luta em defesa do Projeto de Agricultura Camponesa, que tem como eixo central a defesa da vida e do meio ambiente. Por isso, trabalham com o resgate das sementes crioulas, das plantas medicinais e defendem a agroecologia como um modo de vida saudável para as pessoas do campo e da cidade.

Após um lanche no meio da tarde, o grupo reuniu-se novamente e mediado por Tânia Slongo, realizou uma troca de experiências entre os componentes da Horta Alecrim, do Rio Vermelho Florianópolis, a Horta de Joinvile, o LECERA/UFSC e os outros participantes. Muitas informações e idéias importantes contribuiram para fortalecer a necessidade de nos movimentarmos no sentido de nos tornarmos soberanos quanta à nossa alimentação; tanto no campo como nas áreas urbanas, ocupando inclusive os nossos pequenos espaços para cultivarmos e assim obtermos uma melhor qualidade de vida.


Fotos do Encontro:










Oficina de Pães Nutracêuticos


Os pães nos acompanham desde os remotos tempos. É estimado que o pão tenha surgido há 12 mil anos na Mesopotâmia juntamente com o cultivo do trigo. Eram feitos de farinha misturada com o fruto do carvalho. O pão original é só farinha e água. Os primeiros pães eram achatados, duros, secos e muitos amargos. Para ser ingerido, o pão era lavado várias vezes em água fervente e depois era assado sobre pedras ou embaixo de cinzas.
O primeiro pão fermentado teria sido descoberto por acaso. Uma massa (sem qualquer fermento adicionado) deixada ao ar, irá levedar (fermentar). Em função das condições de temperatura e umidade, o tempo necessário para a fermentação natural pode variar de entre 4 a 8 horas, mas a massa acabará por levedar.
A fermentação é o segredo do pão. O pão levedado foi inventado no Egito onde, há cerca de 6 mil anos seria descoberta a fermentação.
O ar contém uma quantidade enorme de microrganismos, nomeadamente esporos de fungos de levedura, que encontram nas massas de pão as condições adequadas para se alimentar do amido da farinha. Em consequência da acção desses microrganismos, o amido divide-se em anidrido carbónico (CO2) e álcool. As bolhas do gás carbónico não conseguem escapar através da superfície e fazem inchar (crescer) a massa, tornando-a fofa. Durante a cozedura ácido carbónico e álcool conseguem escapar, mas o seu efeito fica, na porosidade, sabor e aroma do pão.



Desde os tempos antigos até a atualidade, muito se criou em torno dos pães, novas técnicas, equipamentos, industrialização.
Para resgatar as técnicas de fazer pães, algumas mais simples outras mais elaboradas, realizamos a oficina de pães nutracêuticos, um têrmo moderno para designar um alimento que não só dá energia mas nutre também e pode até ajudar na cura de certos males, pois são enriquecidos com ervas, vegetais e até plantas medicinais, se é que existe alguma planta que não é medicinal, pois eu acredito que a natureza é toda medicina, é toda nutrição e cura.


Nossa oficina de pães no dia 13 de março foi espetacular!

Compareceu um público super interessado e o melhor, muito participativo. Literalmente "colocaram a mão na massa" e produziram pães maravilhosos, lindos e saborosos. A energia estava tão bacana que apesar da intensa chuva, as massas cresceram e se transformaram em delícias para o nosso paladar, provando que "nem só de dias de sol vivem os pães".
o fazer pão tem lá os seus segredos, é uma alquimia, com processos físicos e químicos que transformam simples ingredientes em alimento saboroso e nutritivo.
A oficina contemplou explicações sobre a fermentação natural, de banana, maçã e batatinha.
Aprendemos a fazer a farinha de trigo reconstituída que segundo a Denise, uma das facilitadoras, é uma farinha mais completa, contendo amido, fibras e o germe, que se perdem no processamento, mesmo no caso da farinha integral.

Foram feitas várias receitas: Chapatis (pão indiano), pães de fermentos naturais, pães sem fermento, pães sem gluten, pães enriquecidos com ervas, ricota, uva passa, abóbora, ora-pro-nóbis, batata baroa, milho, aipim, arroz, etc.

Na hora da degustação...mmm mmm, era o que se ouvia, sons de prazer emitidos pelas cordas vocais de uma galera pra lá de satisfeita!
Uma grande variedade de pães acompanhadas de geléias: de rosas, goiaba, anona e mais... os salgados: antepasto de berinjela e creme de abacate.

Agradecemos a todos os participantes 

pelo sucesso desse evento !!!


Algumas receitas da Oficina:

FERMENTO DE BATATINHA
1 batatinha crua ralada descascada pequena
- 3 colheres de sopa rasa de açúcar
- 1 colher de sopa rasa de sal
- completar com um copo de água morna.
Deve-se colocar em vidro tipo maionese. Deixar levedar o fermento.Tampar o vidro só colocando a tampa sem vedar. Deixar crescer até chegar à tampa. Após, utilizar um copo (medida de requeijão) como fermento.

PÃO COM FERMENTO DE BATATINHA
- 1 copo de fermento natural de batatinha
- 2 ovos
- 1 xícara chá de açúcar
- 4 colheres de sopa de óleo
- 1 copo de água morna
- Farinha de trigo para uma esponja (massa mole). Deixe levedar novamente (de preferência de um dia para outro). No outro dia só coloque farinha para dar ponto na massa. Enrole e de formato de pão. Deixe crescer até dobrar de volume na forma.
Dica: Se estiver frio cubra com plástico e toalha. Utilizar restante do fermento de batatinha que sobrou fazendo uma massa esponjosa com trigo e pitada de sal. Deixar fora de geladeira se for usar em 12 horas ou colocar na geladeira. Dura até 10 dias.

FARINHA DE TRIGO RECONSTITUIDA
2 xic de trigo branco
1 xic de fibra ou farelo
1 col sopa germe de trigo
OU
5 xic de trigo integral
1 xic de trigo branco
3 col sopa germe de trigo

PÃEZINHOS RÁPIDOS DE ERVAS
1 xic de trigo reconstituído
1 xic de aveia flocos finos
1 col sopa de fermento químico
1 col café de sal
2 col sopa de manteiga
2 col sopa de óleo
2/3 xic de leite
½ col sopa de açúcar mascavo
1 col sopa de sementes de funcho
Misturar bem todos os ingredientes. Fazer pãezinhos. Colocar em forma untada. Assar em forno quente e pré-aquecido. Opções: Pode rechear com ervas, alho, ricota ou frutas.

PÃO COM GERMINADOS
600g de farinha branca
160g de farinha integral
30g de linhaça germinada
30g de gergelim germinado
40g de açúcar
50 ml de óleo
20g de fermento biológico
15g de sal
+ ou - 350 ml de água.
Misturar bem farinha branca, integral, açúcar, sal e fermento. Acrescentar linhaça germinada, gergelim germinado e óleo. Colocar água. Amassar bem. Colocar em forma untada e deixar crescer. Assar em forno 220º.

PÃO TRANÇA 3 CORES
1 colher de sopa de fermento
100 ml de óleo
1 colher sopa de açúcar
1 colher chá de sal
1 kg de trigo
500ml de água e 100 ml de óleo dividir em 3 porções com cúrcuma, beterraba e ora-pró-nobis.
Misturar fermento, açúcar, sal e trigo. Dividir em 3 porções. Acrescentar em cada porção uma cor e amassar bem colocando mais trigo se necessitar. Enrolar e fazer uma trança com cada porção de massa. Colocar em forma e deixar crescer. Assar em forno médio.

Fotos do Evento
Facilitadora Iraci (avental branco) 

Facilitadora Clea (touca preta)
Facilitadora Rosebel ( blusa preta)
Facilitadora Denise (touca preta)









Folhas de ora-pro-nóbis

Pão Trança de 3 cores, antes de assar
Pão Trança de 3 cores assado

Pão de ervas

Pão de ricota e uvas passas

Pães diversos



Chapatis
Antepasto de berinjela
Degustação