sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Cavalinha

Nome Botânico: Equisetum hyemale

Esta é uma espécie exótica que possuimos aqui no Horto da AFFESC. A única espécie exótica que tem registro de ocorrência no Brasil, principalmente nas regiões Sudeste e Sul.

Família botânica: Equisetaceae 

Nomes populares: cavalinha, cola-de-cavalo, cauda-de-cavalo, rabo-de-cavalo, erva-canudo, cauda-de-raposa, lixa-vegetal, cana-de-jacaré, milho-de-cobra, entre outras. 

Outras espécies de "cavalinha": Equisetum arvense L. (Canadá); Equisetum palustre L. (Inglaterra); Equisetum hyemale L. (EUA) e Equisetum giganteum L. (Brasil).


História: A cavalinha é um dos vegetais mais antigos do planeta, data do Período Paleozóico, onde enormes extensões de pântano eram cobertos por cavalinhas de até 10m de altura e e 2m de diâmetro. Hoje a planta é uma miniatura exata de seu ancestral. 

A cavalinha assim como inúmeras outras ervas era usada para finalidades mágicas. Segundo as crenças antigas a planta tinha ligações com o Planeta Saturno. Os pastores fabricavam flautas (caule oco) que eram usadas para espantar serpentes, por isso um dos nomes populares, "milho-de-cobra". 

Um vaso de cavalinha dentro do quarto antigamente era uma crença das mulheres que queriam engravidar.

Características botânicas: É um subarbusto ereto, perene, rizomatoso, com hastes de cor verde, oca e monopodial, com numerosos ramos que partem dos nós dos verticilos, de textura áspera ao tato pela presença de silício em sua epiderme (já foi usada para polir madeira e metais-poder abrasivo). Possui folhas muito pequenas, reduzidas a escamas, inseridas lateralmente nas hastes formando uma bainha curta. Possuem espigas esporíferas roliças nas extremidades dos ramos férteis. Multiplica-se por rizomas e por esporos. 

Partes usadas: hastes estéreis. 

Uso popular: Tratamento de infecção dos rins e bexiga, incontinência noturna de crianças, hemorragias renais, eliminar o ácido úrico, antidiarreico, para consolidar fraturas ósseas, anemia, adstringente genito-urinário (presença de taninos), revitalizante. A planta tem ação sobre fibras elásticas das artérias, o que pode eventualmente auxiliar na redução de taxas de colesterol e prevenir arterosclerose. Melhora afecções de pulmões, inflamação e edema da próstata, menstruação excessiva, hipertensão e auxilia no processo de cicatrização. 

Aumenta a elasticidade de peles secas e senis, atuando como hidratante profundo 

A presença de glicosídeos flavônicos, saponinas, ácido gálico, potássio e silício tornam a planta remineralizante (osteoporose) e diúrética, permitindo a eliminação de toxinas do organismo. 

Usada no combate à celulite pois ativa a circulação sanguínea e acelera o metabolismo, sendo altamente desintoxicante. A erva verde, fresca pode ser usada no preparo de sucos desintoxicantes. 

A cavalinha é muito conhecida na área da beleza: ajuda a evitar varizes e estrias, diminui a celulite, limpa a pele, fortalece as unhas e dá brilho aos cabelos. 

Na culinária, os brotos novos que emergem do rizoma podem ser consumidos como aspargos. 

Muito usada em vasos decorativos e jardins. 

Composição química: Alcalóides piridínicos, quercetina e do campferol, palustrina e nicotina, derivados dos ácidos clorogênico, caféico e tartárico, flavonóides glicosilados da apigenina. 

Compostos tóxicos: Glicosídio flavônico articulatina e sua aglicona articulatidina ou gossipitrina e sua aglicona gossipetina. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Os efeitos tóxicos estão relacionados com a ação antiamínica, ou seja, efeito antagônico à tiamina ou Vitamina B1. 

A ingestão por tempo prolongado pode levar ao beribéri. 

Não usar quantidades maiores que 1 colher (café) de hastes picadas. 

Não usar por mais de duas semanas continuadamente. 

É contra-indicada durante a gravidez e período de amamentação. 


Por: Conceição Trucom 
É sempre bom sabermos sobre os chás que ajudam a tratar e manifestar com amor e harmonia o nosso feminino. A mãe natureza, as ervas e as flores são partes essenciais e materiais desta vibração que acolhe, cura e cuida do Feminino.

Cerimônia do Chá 
Prepare o chá com a mais profunda gratidão e concentração. 
Escolha os utensílios: a chaleira (ou samovar), a chávena (ou xícara) e as ervas e flores tendo em vista a beleza, os aromas, as cores, a delicadeza. 
Limpe os objetos e decore os recintos onde que o chá será preparado e servido, prestando atenção nos detalhes. 
Faça um arranjo simples de flores em um vaso especial e coloque-o onde você irá tomar o chá. 
Deixe uma linda toalha na mesa. 
Com movimentos lentos, suaves e graciosos, coloque a água para ferver. 
Acrescente com reverência as ervas no bule, sobre a água já aquecida. 
Tampe e aguarde a extração dos ativos. 
Permaneça sentada, serenamente, enquanto a infusão se completa (10 minutos). 
Despeje o chá com todo o cuidado e mantenha a xícara nas mãos, sentindo o calor do líquido e observando a beleza do recipiente que o contém. 
Respeite as folhas e flores do chá e aprecie sua fragrância. 
Depois de tomá-lo, limpe os utensílios, o bule e a xícara, e guarde-os. 

Chá 4 Ervas - Harmonizador 
Composição: 
Cavalinha (harmoniza os rins e líquidos corporais) 
Amoreira (equilibra hormônios) 
Menta (refresca e acorda) 
Hibisco (energiza, relaxa e acolhe o feminino). 
Forma de preparo: 
Misture partes iguais destas 4 ervas. 
Guarde em frasco de vidro com tampa, idealmente na geladeira. 
Aqueça 1 xícara de água filtrada até quase a fervura. 
Desligue o fogo e acrescente 1 colher (sobremesa) da mistura de 4 ervas. 
Tampe a chaleira e deixe em infusão por 10 minutos. 
Coe sobre uma linda xícara, sirva morno ou frio. 
Desfrute da beleza e calor da xícara enquanto toma calmamente seu delicado chá aromático. 
Tome 1 xícara pela manhã e uma à tarde ou noite. 

Receitas de Beleza:
Estrias (prevenção)
Colocar um pedaço de cavalinha desidratada em um vidro pequeno de óleo de amêndoas ou babaçu.
Deixar em descanso por 30 dias
Passar na pele, sempre após o banho.

Limpeza de pele 
Colocar um punhado da planta (fresca ou seca) em uma vasilha e despejar sobre ela, água fervendo.
Abafar e deixar em descanso por 10 min.
Usar fria para limpar a pele, usado algodão.

Brilho aos cabelos e fortalecimento das unhas 
Fazer um chá de cavalinha (verde ou desidratada), na proporção de 2 colheres (sopa) da erva para 1 litro de água.
Esfriar e usar para enxaguar os cabelos.
Para as unhas, manter as pontas dos dedos (unhas) imersas no chá morno por 15 min.



Nossas cavalinhas enfeitadas com amor-perfeito
Cavalinhas no Horto da AFFESC








segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Alecrim



NOME CIENTÍFICO: Rosmarinus officinalis L.

NOMES POPULARES: alecrim, alecrim-comum, alecrim-de-casa, alecrim-de-cheiro, alecrim-de-horta, alecrim-de-jardim, alecrim-rosmarinho, erva-cooada, erva-da-graça, flor-de-olimpo, rosa-marinha, rosmarinho, erva-da-graça, rosmarinho

SIGNIFICADO: Do latim (rosmarinus) é orvalho do mar

FAMILIA BOTÂNICA: Lamiaceae (Labiatae)

ORIGEM OU HABITAT: Nativa da região mediterrânea e cultivada em quase todos os países de clima temperado, entre o norte da África e sul da Europa. A espécie está aclimatada ao Brasil.
A planta é perene e pode viver 8 a 10 anos.
Existem mais de 10 variedades em cultivo dessa planta, todas para o mesmo uso, porém com aromas diferentes.

PARTES USADAS: Folhas sem ramos, colhidas na primavera. Na indústria se utilizam ramos verdes com folha e sumidades

USO TERAPÊUTICO:
Uso interno das folhas: carminativo, antiespasmódico, colerético, colagogo, antifebril, antimicrobiano, diurético, tônico, calmante, em distúrbios estomacais, cardíacos, em dores de cabeça e em bronquites, pressão baixa, estafa mental, depressão nervosa, artrite e artrose.

Uso externo das folhas: lavagem de feridas, afecções do couro cabeludo, olho vermelho em pessoas com pterígio, banhos para dores musculares, a tintura das folhas com álcool de cereais ou cachaça para dores musculares e articulares. As folhas secas, na forma de sachês, são usadas para espantar insetos em guarda-roupas e como defumador, quando a planta é queimada diretamente. 

Sob a forma de óleo, pomada ou banho de imersão, é popularmente indicado no combate de caspa e prevenção da calvície, também ajuda a estimular o sistema circulatório e combater a fadiga, a bronquite aguda e crônica e a sinusite. Além disso, pode aliviar dores musculares, tensões, torcicolos, reumatismo.

Para combater artrite e reumatismo use alecrim, vétiver e camomila romana prepare um óleo de massagem com 30 ml de óleo vegetal de semente de uva e coloque 3 gotas de óleo essencial de alecrim, 3 de vétiver e 3 de camomila romana. Depois disso, faça uma massagem bem relaxante.

Para auxiliar na concentração e memória utilize no aromatizador elétrico 2 gotas de alecrim e 2 gotas de mentha, misturado em água.

Pode-se tomar banhos fazendo uma infusão com a erva. 

FORMAS DE USO:
· Infusão: -1 xícara (tipo cafezinho) de folhas secas ou frescas em 1/2 litro d'água. Tomar 1 xícara das de chá em intervalos de 6 horas (257).
- 15 g de folhas para 1 litro de água fervente. Depois de fria, coar e tomar 1 xícara de chá três vezes ao dia (145). 
- 5 a15g de folhas por litro se água fervente (283).
- 1 colher das de chá em 1 xícara de água quente. Tomar 2 a 3 xícaras ao dia
· Vinho: macerar 1 xícara e meia das de chá de folhas em 1 litro de vinho tinto durante 10 dias. Filtrar e adoçar com mel. Tomar 1 cálice antes das refeições (128). Pode ser utilizada também a quantidade de 30 a 60g de folhas por litro de vinho, tomando-se 2 a 3 cálices ao dia (283).
· Banho: ferver 3 xícaras das de chá de folhas em 1 litro de água por 5 minutos. Coar, esfriar e misturar à água da banheira. Pode ser utilizado também o óleo essencial, 3 colheres das de sopa (128).
· Pó: as folhas secas podem ser pulverizadas e utilizadas como cicatrizantes.
· Tintura: 50g d e folhas secas em 1 litro de álcool. Deixar em maceração por 5 dias, filtrar e conservar em vasilhame escuro. Tomar diariamente 40 gotas diluídas em um copo de água, por 10 a 15 dias (tratamento para hemorróidas) (258). 
- Deixar macerar 10 xícaras das de cafezinho de folhas secas em ½ litro de álcool de cereais ou aguardente. Tomar uma colher das de chá 3 vezes ao dia, misturado com um pouco de água (257).
- Uso interno: usam-se as sumidades floridas ou a ponteira dos ramos (2g) na forma de infusão, em 150 ml de água, administrando-se duas vezes ao dia, entre as refeições. 
- Alcoolatura: fazer compressas em dores reumáticas, artralgias, contusões
- Compressas: em feridas de difícil cicatrização e eczemas

CONTRA INDICAÇÕES: É contra-indicado o uso do óleo essencial e de infusão com folhas de alecrim durante a gravidez, colite, inflamação da mucosa intestinal, problemas de próstata e em pessoas com epilepsia. O banho é contra-indicado em situações onde há ferimentos extensos, doenças de pele agudas de causa desconhecida, doenças infecciosas e febris. Em crianças com menos de sete anos, epiléticos e hipertensos. 

USO NA CULINÁRIA: Fresco (preferencialmente) ou seco, é apreciado na preparação de carnes a batatas assadas, sopas, molhos, pães e chás. Essa planta pode ser usada para fazer qualquer molho branco ou vermelho e na preparação de massas. A erva fresca, misturada em pequenas quantidades às massas caseiras de pão, dá um gosto saboroso e exótico, além de ser ótima para a digestão. Outra dica é misturar alecrim nas manteigas e patês.

Para temperar saladas, uma boa alternativa é colocar, em um vidro esterilizado e de boca estreita, um galho de alecrim, um de manjericão, alguns grãos de coentro e um grão de pimenta da jamaica. Depois disso, acrescentar maçãs em ¾ do vidro, água filtrada e sal para completar. Deixar descansar durante oito dias e a mistura estará pronta para temperar qualquer salada. Na hora de servir, acrescentar óleo ou azeite. 

COSMÉTICA: Na área cosmética, o Alecrim pode ser usado para tratar problemas capilares, como perda de cabelo e fios muito finos e quebradiços, além de prevenir a caspa e a seborréia. A substância ainda ajuda a combater a celulite e diminuir a oleosidade da pele.

Para ter madeixas mais brilhosas e macias, enxágue o cabelo com um chá forte de Alecrim. Se preferir, coloque de 2 a 3 gotas do óleo essencial puro de alecrim em shampoo neutro para caspa e queda de cabelo. Vale lembrar que o shampoo não pode conter óleo mineral ou sal, que tiram o efeito do óleo essencial.

FITOENERGÉTICA: É uma erva que tonifica pessoas e ambientes .No ambiente, agindo em conjunto com a arruda, "segura" as energias de inveja. Pode ser usada em vaso ou queimada seca em forma de defumação.

O aroma do alecrim, chamado de óleo da transformação e da verdadeira justiça, é benéfico para pessoas apáticas e passivas, que precisam de impulso para seguir em frente com seus objetivos e coragem para não desistir de seus ideais e metas.

O Alecrim atua como um vegetal condutor (conduz a energia de outras ervas aos registros mais profundos do ser) equilibrando todos os chacras. É uma erva que auxilia na liberação de traumas ou medos que possam estar registrados no ser, gera vontade de mudar e conhecer o novo, traz a paz e alegria para a vida da pessoa.

BANHO DE PURIFICAÇÃO: Além do óleo essencial, também é possível tomar banho com o chá de alecrim. Esse ritual ajuda a eliminar mágoas profundas, além de promover uma limpeza energética e purificação. A dica é preparar uma infusão com alguns galhos de alecrim e depois do banho jogar a mistura no corpo, do pescoço para baixo. Esse banho deve ser feito uma vez por semana.

Quem quer tirar todas as energias negativas acumuladas durante o dia ou mandar a inveja e o mau olhado para bem longe, pode fazer um escalda pés usando galhos de alecrim ou usar de 2 a 3 gotas do óleo essencial em um difusor de ambiente.

O chá de alecrim também pode ser ingerido. Como possui um aroma agradável, ao tomá-lo a pessoa sente-se com mais bem-estar. Geralmente essa sensação boa se espalha pelo corpo e temos a impressão de que a planta transmite bom humor e alegria.

USO RELIGIOSO OU MAGIA: Em templos e igrejas, o alecrim é queimado como incenso desde a antiguidade. 
Na Igreja Ortodoxa grega, o seu óleo é utilizado até aos nossos dias, para unção. 
Nos cultos de religiões afro, como umbanda e candomblé, é utilizado em banhos e como incenso.
Em Roma sempre foi muito utilizado na forma de defumação para purificar túmulos sagrados, fontes de água e residências. 
Já em Atenas essa erva era colocada sobre as mãos dos mortos como símbolo de imortalidade da alma, os jovens colocavam ramos entrelaçados nos cabelos para estimular a memória e a criatividade.
Os médicos árabes na antiguidade utilizavam o Alecrim para “devolver a vida” de pacientes que desmaiavam ou estavam em choque.
Sempre foi muito utilizado em cerimônias religiosas (casamentos, funerais). Nos casamentos era o símbolo do amor eterno. Na Idade Média, pouco antes do casamento, era muito comum levar um ramo de uma erva fresca para a noiva, e um ramo menor da mesma erva para o noivo, como símbolo da fidelidade e fecundidade. Diversas ervas aromáticas, como o alecrim, não podiam faltar nos arranjos florais. A partir desta associação para casamentos, o alecrim lentamente se transformou em um encanto amor.

Os povos antigos acreditavam que o alecrim reforçava a memória. A erva era queimada em escolas e universidades a fim de inspirar os estudantes.

Existem dias que se tem a impressão de se estar dentro de um espesso nevoeiro. Tudo parece monótono e difícil e o coração fica triste. É a noite escura da alma… ‘É preciso tomar chá de alecrim!

O Alecrim - Rosmarinos Officinalis - foi muito apreciado na idade média e no renascimento, aparecendo em várias fórmulas, inclusive a ‘Água da Rainha da Hungria’, famosa solução rejuvenescedora. Elizabeth da Hungria recebeu, aos 72 anos, a receita quando estava paralítica e sofria de gota. Com o uso do preparado, recobrou a saúde, a beleza e a alegria. O rei da Polônia chegou a pedi-la em casamento!
Madame de Sévigné recomendava água de alecrim contra a tristeza, para recuperar a alegria.
Rudolf Steiner afirmava que o alecrim é, acima de tudo, uma planta calorífera que fortalece o centro vital e age em todo o organismo. Além disso, equilibra a temperatura do sangue e, através dele, de todo o corpo. Por isso é recomendado contra anemia, menstruação insuficiente e problemas de irrigação sangüínea. Também atua no fígado e para melhor irrigação dos órgãos, estimulando o metabolismo.
Um ex-viciado em drogas revelou que tivera uma visão de Jesus que o tornou capaz de livrar-se do vício. Jesus lhe sugeria que tomasse chá de alecrim para regenerar e limpar as células do corpo, pois o alecrim continha todas as cores do arco-íris.

Uma lenda cristã conta que quando Maria fugiu para o Egito, levando no colo o menino Jesus, as flores do caminho iam se abrindo à medida que a sagrada família passava por elas. O lilás ergueu seus galhos orgulhosos e emplumados, o lírio abriu seu cálice. O alecrim, sem pétalas nem beleza, entristeceu lamentando não poder agradar o menino.Cansada, Maria parou à beira do rio e, enquanto a criança dormia, lavou suas roupinhas. Em seguida, olhou ao seu redor, procurando um lugar para estendê-las. “O lírio quebrará sob o peso, e o lilás é alto demais”. Colocou-as então sobre o alecrim e ele suspirou de alegria, agradeceu de coração a nova oportunidade e as sustentou ao sol durante toda a manhã.“Obrigada, gentil alecrim” – disse Maria. “Daqui por diante ostentarás flores azuis para recordarem o manto azul que estou usando. E não apenas flores te dou em agradecimento, mas todos os galhos que sustentaram as roupas do pequeno Jesus, serão aromáticos. Eu abençôo folha, caule e flor, que a partir deste instante terão aroma de santidade e emanarão alegria.”

Originária da Ásia, esta planta atualmente é cultivada em todo o mundo. Seu nome significa “ALEGRIA”. É utilizada para a cura de praticamente todos os males.

Em pesquisas se sabe que o Alecrim apresenta todas as cores do espectro solar. É extremamente radiante e vibrante. Observou-se em seu campo magnético uma riqueza de cores onde o verde e o rosa se destacam (cores do Chacra cardíaco). Quando apresenta flores estas cores sobressaem-se incandescentes. A aura do Alecrim lhe dá uma personalidade única. Dificilmente encontraremos uma erva que apresente uma riqueza de cores e vibrações como as dele.

O Alecrim é bom para insuficiência cardíaca e renal e quando se pensa que em Medicina Tradicional Chinesa o coração é onde se assenta a alma humana e dá-se o nome de Shen para coração e quando falta o entusiasmo - do grego "em theos", em Deus - o que é o caminho para a sintonia com a unidade com o Espírito, diz-se que falta a paixão pela vida, a depressão se faz presente e Shen já não se sente em casa, no Corpo/Mente.

ESSÊNCIA FLORAL - Rosmarinus

O bloqueio de energias ao padrão emocional a que está ligado o Alecrim pode trazer deficiências na circulação sanguínea dos membros inferiores, enfraquecimento cardíaco, hipotensão arterial, anemias, hipoglicemias, varizes, resfriamento nas extremidades do corpo, formigamentos, dormências, desmaios, problemas auditivos e visuais. O enfraquecimento do coração retrata o abatimento e a falta de entusiasmo da alma com sua condição e realidade. O atrofiamento dos órgãos sensoriais reflete a falta de uso ativo dos mesmos, pois a pessoa olha mais não vê, ouve, mas não escuta, em decorrência da mente não estar presente para decodificar as impressões.

A importância do alecrim é tamanha que faz parte da Fórmula de Emergência no caso dos Florais de Minas o Buquê de 5 Flores, correlato ao Clematis de Bach que apresenta as mesmas propriedades e também faz parte do Rescue, Fórmula de Emergência do sitema Bach.

“Quem pelo alecrim passou e um raminho não apanhou, do seu amor não se lembrou.” Provérbio

Nossos Alecrins - Horto da AFFESC


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Picão preto e a cosmética


Quem já não se irritou ao caminhar no campo, numa trilha ou entre plantas e sair com a roupa pipocada de pequenos filamentos pretos, agarrados feitos carrapatos?
E não adianta dar tapinhas não, ele precisa ser arrancado com os dedos como se fosse uma pinça.
Trata-se da semente de uma planta cosmopolita comum em várias regiões do mundo- de nome botânico Bidens pilosa. 


Bidens pilosa é o famoso e indesejado Picão Preto, considerado uma planta invasora. Quando ele gruda em animais ou pessoas, este fruto, que abriga uma semente, tem a chance de ir para outros locais, às vezes longe dali, já que as pessoas e os animais conseguem se locomover. 
Mas essa planta tão desprezada no passado tem um valor imenso na atualidade, isso mesmo, além de medicinal, ela está sendo usada na cosmética. Atenção vaidosos de plantão, quando comprarem um creme a base de Bidens pilosa (picão preto), saibam que estão usando, nada mais nada menos que um maravilhoso produto feito de picão.

Novos mecanismos moleculares com ação contra flacidez e rugas descobertos no picão-preto (Bidens pilosa) resultaram em um ativo cosmético que funciona de forma semelhante ao retinol, sintetizado a partir da vitamina A. Premiado em 19 de outubro de 2011 como o melhor trabalho científico apresentado no 20º Congresso Latino e Ibérico de Químicos Cosméticos em Isla Margarita, na Venezuela, o projeto reuniu o conhecimento do farmacologista e fitobotânico Luiz Claudio Di Stasi, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu, e a experiência da empresa Chemyunion, de Sorocaba, ambas no interior paulista. 
Considerada uma espécie invasora no campo, mostrou em testes ter benefícios similares aos dos retinóides, receitados nos consultórios dermatológicos em razão do seu poder de regeneração celular e síntese de colágeno, mas sem os seus efeitos adversos, como irritação cutânea, descamação e ardência.
A inovação está sendo testada por uma indústria brasileira do setor de cosméticos e vem se somar a outras descobertas de ativos e aditivos vegetais feitas pela Chemyunion em parceria com universidades, transformados em produtos de reconhecidas empresas nacionais e internacionais, como Natura, O Boticário, L’Oréal, Estée Lauder, Victoria’s Secret, Johnson & Johnson e Medley, entre outras.

O estudo da dispersão do picão preto (fanerógamas) é a análise dos mecanismos e meios utilizados pelas plantas para que suas sementes alcancem os locais onde novas gerações podem ser estabelecidas. Uma vez maduras, as sementes precisam ser libertadas da planta-mãe e disseminadas de modo eficiente, para garantir a sobrevivência da espécie, evitando que haja acúmulo de descendentes em pequenas áreas (competição). Além disso, se as sementes se dispersarem por uma área mais ampla, aumentará a chance de que algumas caiam em terreno favorável à sua germinação. É por isso que eles grudam em quem passar por perto; para que sejam levados para longe e perpetuem a espécie.

Na cultura popular, há muito tempo o chazinho de picão-preto faz parte do arsenal contra hepatite. Também tem quem use contra icterícia em recém-nascidos e infecções urinárias e complicações do aparelho genital feminino. Mas a principal aposta de quem faz pesquisas em Farmanguinhos, o Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é no potencial contra a malária.

"Considero o picão-preto terapeuticamente promissor contra malária e, por enquanto, ainda não identificamos seus efeitos tóxicos, ou seja, é uma espécie candidata a gerar um medicamento com melhor desempenho do que as opções atuais"”, diz Leonardo Lucchetti, coordenador da pesquisa com a espécie em Farmanguinhos, ressalvando que o caminho até o medicamento chegar ao mercado é longo e depende de investimentos e testes. A planta já teve seu perfil químico avaliado, assim como alguns mecanismos de ação propostos. No entanto, tais informações não devem, ainda, ser reveladas, devido ao interesse na patente.


O picão preto tem muitas utilidades e se você quiser se ver livre dele, coma-o, pois a planta é muito nutritiva:
- tem boa quantidade de ferro, cálcio e pró-vitamina A, além de ser, como todas as verduras, rica em fibras, pobre em calorias e gorduras. 
- na medicina popular entre os índios da Amazônia é tida como remédio para angina, diabetes, disenteria, aftosa, hepatite, laringite etc. 
- muitos estudos farmacológicos recentes feitos mundo afora já comprovaram algumas propriedades. É, por exemplo, hepato-protetora e seu extrato mostrou-se inibidor da síntese de prostaglandina, ligada a dores de cabeça e doenças inflamatórias e isto não é pouca coisa. 
Se além de tudo isto, ainda é gostosa, por que não comemos mais picões que crescem livremente em jardins, roças e pomares? Tão rústico, não precisa de adubos nem de defensivos. Tão diferente daquelas alfaces frágeis que passam o diabo pra chegarem íntegras à nossa mesa. 

Cuidado, não é bom comer a planta, crua pois podem ter saponinas - outras plantas comestíveis também tem. Em excesso, estas substâncias podem ser irritantes para a mucosa intestinal. A planta deve ser usada em cozidos ou fervida com água e sal. O sabor é algo como folhas de cenoura, jambu e espinafre.
DICA: Depois de pular bastante e beber todas, enfie a cara numa tigela de sopa quente de picão, apimentada, revigorante e hepatoprotetora.

Curiosidade: George de Mestral, um suíço, saiu caminhando por um bosque europeu e após seu retorno percebeu que algo estava grudado em suas calças e no pêlo de seu cachorro. Eram carrapichos. Ele tentou desgrudar os carrapichos com um, dois, três tapas  e nada. Então ele pensou: "Ué, não tem cola na minha roupa, não tem cola no carrapicho, como é que isso gruda tanto?. Ele percebeu que era uma semente e possuía pequenos ganchos, que se agarravam ao tecido, criando uma conexão difícil de se romper. Pensou: "Eu posso construir um fecho que utilize esse mesmo princípio: um lado feito com ganchos, como os da semente, e o outro feito de veludo, como minhas calças." Ele deu à sua invenção o nome de Velcro: a mistura das palavras veludo e crochê, em suíço.

Mesmo tendo encontrado alguma resistência, George de Mestral, com a ajuda de um tecelão francês, conseguiu produzir algumas unidades. Após aperfeiçoado, o design foi patenteado na década de 50, e Mestral formou a "Velcro Industries", que hoje é uma empresa multimilionária.

Velcro